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Cotidiano

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País em protesto

Advogado diz que manifestante foi 'coagido' pela polícia para depor

Defensor de rapaz preso por morte de cinegrafista no Rio afirma que ele foi surpreendido por policiais

Delegado diz que ele pediu para falar; jovens foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso eventual

DIANA BRITO MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O advogado dos manifestantes presos sob suspeita da morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade, 49, disse que seu cliente Caio Silva de Souza, 22, foi "coagido" pela polícia a depor na prisão, sem sua presença.

Souza prestou seu primeiro depoimento na madrugada de anteontem. Segundo a polícia, ele pediu para depor.

Ele e outro manifestante, Fabio Raposo, 22, estão presos sob a acusação de ter deflagrado o rojão que atingiu e matou o cinegrafista.

Após visitar o manifestante, ontem à tarde, o advogado Jonas Tadeu Nunes disse que ele negou ter pedido para chamar os policiais.

"Ao contrário, ele estava muito assustado. Foi surpreendido com a chegada de pelo menos seis policiais [no presídio]. Foi coagido psicologicamente a falar na calada da noite, de madrugada."

O advogado disse que irá pedir a anulação de todo o inquérito que investiga a morte do cinegrafista sob o argumento de que houve coação.

Afirmou que pedirá um habeas corpus para seu cliente e investigação da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

No depoimento, Souza disse que "partidos que levam bandeiras [...] pagam os manifestantes" e afirmou já ter visto "bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos protestos dos quais já participou. Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.

O manifestante disse, no entanto, não saber detalhes sobre a fonte de pagamento, nem deixou claro se em algum momento recebeu dinheiro por sua participação nos protestos.

O rapaz diz ainda que pessoas distribuem pedras e apetrechos a manifestantes.

Souza apontou o tatuador Fábio Raposo como o responsável por acender o rojão que matou o cinegrafista. Em entrevista à TV Globo logo após a prisão, ele disse que Raposo tinha lhe entregue o rojão e que ele o acendera.

Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida, que ontem entregou o inquérito ao Ministério Público Estadual, o preso quis falar e o pedido de anulação não seria legal.

"É uma impropriedade técnica dele [advogado]. Ele [Souza] não foi pressionado. Manifestou vontade de falar. Talvez ele tenha querido falar longe do advogado."

No relatório final do inquérito sobre a morte do cinegrafista, o delegado Maurício Luciano de Almeida pede que o Ministério Público denuncie Caio de Souza e Fabio Raposo à Justiça sob acusação de homicídio doloso eventual.

Pede ainda que as prisões dos dois acusados sejam convertidas de temporária em preventiva. A preventiva tem duração indeterminada. Já a temporária dura 30 dias.

O documento foi recebido ontem pela promotora Vera Regina de Almeida.


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