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Foco

Cheia em Rondônia ameaça histórica 'Ferrovia do Diabo'

LUCAS REIS ENVIADO ESPECIAL A PORTO VELHO (RO)

Berço de Rondônia e capítulo importante da história do país, a estrada de ferro Madeira-Mamoré, construída no início do século passado para escoar a produção de seringais brasileiros e bolivianos, tenta resistir à cheia do rio Madeira, em Porto Velho.

O pátio ferroviário no centro da capital --que abriga um museu, galpões, oficina, estações e locomotivas-- está quase todo submerso.

Às pressas, o museu foi esvaziado para evitar um prejuízo histórico ainda maior.

Conhecida como "Ferrovia do Diabo", por causa das milhares de mortes na sua construção, a Madeira-Mamoré teve o processo de revitalização interrompido pela cheia.

O local será transformado num complexo turístico, que prevê a retomada das locomotivas num passeio de 7 km.

A área é tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2006. Mas pode mudar de lugar pela primeira vez em cem anos para evitar possíveis novas cheias.

"Estamos esperando a água abaixar para ver o tamanho do estrago. Não sabemos se o complexo vai continuar aqui", diz Mônica de Oliveira, superintendente do Iphan.

A ferrovia foi construída entre 1907 e 1912 pela empresa americana Madeira-Mamoré Railway Company e funcionou até 1966.

Fez parte de negociação diplomática de 1903, quando o Brasil aceitou construir a ferrovia para escoar a produção de borracha boliviana em troca da área onde está o Acre.

Sua história foi retratada no livro "Mad Maria", de Márcio de Souza, e em minissérie homônima exibida pela TV Globo em 2005.

Ela ligava a atual Porto Velho a Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia, local hoje ilhado pela cheia.


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