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Dengue dispara e cria disputa política em SP

Secretário de Haddad relaciona aumento de casos ao armazenamento de água por moradores que temem a seca

Estado rebate e diz que prefeitura foge de responsabilidade; 1/3 dos casos do ano foi na última semana

BRUNO ABBUD DE SÃO PAULO

Em uma semana, a Secretaria Municipal da Saúde registrou 35,6% (mais de um terço) do total de casos de dengue contabilizados nos primeiros três meses deste ano na capital paulista.

Entre 25 de março e 1º de abril, o número de pessoas infectadas subiu de 751 para 1.166 --ou seja 415 ocorrências foram acrescentadas aos relatórios da prefeitura.

O total de confirmações na cidade é 15,4% maior do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando houve 1.010 casos (anteriormente, a prefeitura havia informado 1.035 ocorrências, mas corrigiu os dados).

Para o secretário José de Filippi Jr., a alta no número de infecções está relacionada, entre outros fatores, ao armazenamento de água feito por moradores preocupados com a falta de chuvas.

"Nossos agentes da Lapa identificaram a população reservando água em recipientes desprotegidos, se precavendo por causa da escassez de chuvas", disse Fillippi Jr.

O comentário foi uma referência ao risco de desabastecimento nas cidades da Grande São Paulo devido ao baixo nível dos reservatórios do sistema Cantareira.

A crise levou o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), a anunciar medidas para evitar o racionamento.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde classificou a explicação do secretário da gestão Fernando Haddad (PT) como "absurda" e "ofensiva" por culpar os moradores de São Paulo pelo aumento dos casos de dengue.

"Até por uma questão de lógica, a eventual existência de grandes reservatórios destampados' não guarda qualquer relação com a crise hídrica. Se eles existem, já existiam por falta de controle e fiscalização e controle da prefeitura", declara a assessoria de imprensa da pasta.

"A secretaria municipal de saúde deveria compreender que não é do interesse público jogar sobre os cidadãos ou sobre outras esferas de governo uma responsabilidade que lhe é exclusiva", diz a nota.

EXPLOSÃO

Divulgado ontem, o novo balanço também mostra que sete dos 96 distritos da cidade registraram mais casos de dengue entre janeiro e março deste ano do que durante 2013 inteiro. São eles: Jaguaré, Lapa, Mandaqui, Santo Amaro, Tremembé, Vila Jacuí e Vila Leopoldina.

O número de ocorrências no Jaguaré (208), Lapa (112) e Rio Pequeno (114) --todos na zona oeste-- puxaram o aumento no município.

Na cidade, a taxa de incidência da doença é de 10,4 casos para 100 mil habitantes, considerada baixa pelo Ministério da Saúde.

Com 417,1, Jaguaré tem a maior incidência da cidade desde 2011, quando o Bom Retiro atingiu 395,2.

A prefeitura afirma que houve bloqueio de criadouros em cerca de 115 mil imóveis da região e que iniciará na segunda-feira uma ação conjunta com a prefeitura de Osasco, município limítrofe, contra o mosquito.

Uma campanha também será lançada hoje nas rádios.

A secretaria da Saúde não registrou, até o momento, nenhum caso de dengue grave nem de óbito.


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