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Augusto Cesar Cunha Carneiro (1922 - 2014)

Fez da natureza motivo de luta

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Certa vez, quando viajava de carro por uma estrada no Rio Grande do Sul, Augusto Carneiro avistou vendedores de papagaios.

Ele então parou o carro no acostamento e correu para afugentar os vendedores e soltar os bichos engaiolados.

Augusto Carneiro é considerado um dos pioneiros do ambientalismo no Rio Grande do Sul. Ainda na década de 60, quando o assunto não estava em moda, incorporou a ideia de que defender a natureza era um modo especial de fazer política.

Ele, que na adolescência foi membro do Partido Comunista, em 1971 ajudou a fundar a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), que virou referência em ativismo ambiental no Estado.

As primeiras lutas foram contra a derrubada de árvores de Porto Alegre para expansão de uma avenida local.

Nessa época, teve que ir à delegacia buscar amigos que haviam sido presos por subir em árvores para evitar que elas fossem derrubadas.

Sempre muito animado, organizava reuniões, abaixo-assinados, dava palestras e cobrava projetos ambientais de prefeitos e governadores.

Carneiro foi também um dos organizadores da primeira Feira do Livro de Porto Alegre, onde vendia obras com a temática ecológica.

Passou os últimos meses de sua vida admirando os pássaros e as orquídeas que ocupavam uma figueira em frente a uma das janelas do apartamento da filha, local onde foi morar quando sua saúde se deteriorou.

Morreu aos 91 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa uma neta e a filha.


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