Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Radialista a definiu como a 'artista mais artista do Brasil'

RODRIGO FAOUR COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem quiser escrever sobre a história do rádio, da TV, do disco, do teatro, do cinema e do Carnaval do Brasil no século 20 terá necessariamente de incluir o nome de Marlene. Desde os 21 anos, depois de fugir de uma família evangélica paulistana rumo ao Rio, ela atuou (e bem) em todas essas frentes.

Inicialmente, trabalhou nos cassinos da Urca e de Icaraí, depois foi crooner do Copacabana Palace.

Abraçou o título de Rainha do Rádio, conquistado em 1949, e se notabilizou por um repertório de ótimo gosto e por sua rivalidade (forjada, a princípio) com a cantora Emilinha Borba, fomentada pela própria emissora.

Marlene era uma intérprete sofisticada, ora brejeira ora explosiva, com gestos largos e performance teatral tanto nos palcos quanto no disco. Lançou clássicos como "Qui Nem Jiló", "Se É Pecado Sambar" e "Mora na Filosofia".

A cantora se destacou por sua inteligência, independência e personalidade forte.

Casou-se em 1952 com o ator Luiz Delfino e separou-se após dez anos, quando isso era tabu. Ousou no guarda-roupa, defendeu minorias e cantou músicas de protesto.

Nos anos 1970, foi censurada por "rebolar demais" ao defender uma música considerada maliciosa num festival de Carnaval.

Marlene estourou no Brasil nos anos 1950, com sambas de protesto, como "Sapato de Pobre", "Zé Marmita" e a indefectível "Lata D'Água".

Foi das raras artistas da Era do Rádio a renovar-se nos anos 1960. Atuou em shows engajados como "Carnavália" (1968), "É a Maior" (1970), "Botequim" (1972/73) e "Te Pego pela Palavra" (1974). Cantou músicas de Chico Buarque e Gonzaguinha.

No teatro, depois de ter a própria companhia ("Marlene & Luís Delfino"), interpretou Guarnieri, Antonio Bivar, Mauro Rasi e Beckett. Trabalhou com os atores Sergio Britto, Ziembinski, Dulcina e Vanda Lacerda.

Atuou no cinema e na TV por 40 anos. Talvez não seja exagero recordar a definição feita para ela pelo radialista José Messias: "a artista mais artista das artistas do Brasil".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página