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Sem água, restaurantes fecham na Vila Madalena

Coffee Lab e Le Pain Quotidien estão entre as casas afetadas nesta quarta

Sabesp afirma que interrupção é temporária, devido a obras na rede do bairro, e nega racionamento

DE SÃO PAULO

A barista Isabela Raposeiras começou o expediente em seu Coffee Lab nesta quarta (30) com um aviso aos clientes: "Por conta do racionamento de água, não abriremos hoje".

Localizado na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), o restaurante foi um dos que tiveram de fechar as portas ontem em meio a uma interrupção de mais de 24 horas no abastecimento.

"A @ciasabesp não avisou e desde ontem [terça, 29] estamos sem água (...) hoje não conseguiremos preparar nossas xícaras", disse Isabela em sua página no Facebook.

Segundo ela, a caixa d'água se esgotou às 18h de terça e a Sabesp religou a água após as 18h de quarta.

"Não deu para [a cafeteria] funcionar. Todos os nossos equipamentos só funcionam com água e estragam sem ela", afirma a barista.

A padaria Le Pain Quotidien também teve de interromper os serviços. De acordo com a gerente-assistente Sandra Dias, o problema começou por volta das 16h de terça e permanecia até o fim da tarde desta quarta.

"Conseguimos abrir de manhã após chamarmos caminhão-pipa. Às 14h, a água do caminhão acabou e tivemos de fechar o salão [onde são servidas as refeições]."

No restaurante Alternativa, a falta d'água chegou a impedir a abertura para o almoço. "Não fui avisado nem nada. São 200 pessoas que deixamos de atender", disse o gerente Wilson Araújo.

Ele diz que a interrupção foi das 17h de terça até o mesmo horário de quarta.

Em nota, a Sabesp disse que a interrupção no abastecimento seria temporária, devido a obras numa rede.

A empresa afirmou que restabeleceria a água "gradativamente durante a noite".

PRESSÃO BAIXA

Nesta segunda (28), o diretor da Sabesp para a região metropolitana, Paulo Massato, afirmou que a companhia fez uma "economia fabulosa" de água reduzindo a pressão na rede durante a noite.

Oficialmente, no entanto, a Sabesp nega que a medida seja um racionamento de água e diz que diminuiu a pressão para controlar perdas com vazamentos.

Para Claudia Almeira, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a Sabesp faz "racionamento mascarado".

"Falta transparência. O fornecimento de água é um serviço essencial, e o consumidor não sabe quando vai faltar para poder se preparar", afirma a advogada.

Em uma campanha criada no fim de julho, denominada "Tô sem água", o Idec coletou 494 relatos de pessoas sem o serviço. Entre os participantes, 73% afirmaram que falta água uma vez por dia em suas casas.

O órgão encaminhou todas as queixas para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia).

Em nota, a Sabesp informou que seus registros mostram queda nas reclamações sobre falta de água em maio (-17,14%) e em junho (-6,14%). Disse ainda que as 494 queixas coletadas representam só 0,003% dos 18 milhões de clientes.


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