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Cotidiano

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Crise da água

Los Angeles reduziu jardins para poupar água antes da seca

Em 2009, cidade aprovou um pacote de medidas para diminuir desperdício, mas ainda tem consumo elevado

Em São Paulo, governo estadual desistiu de aplicar sobretaxa na conta para quem aumentasse o uso

DO ENVIADO A LOS ANGELES DE SÃO PAULO

Maior cidade da Califórnia e segunda dos EUA, com 10 milhões de habitantes, Los Angeles foi precursora do movimento anti-desperdício.

Em 2009, antes do agravamento da seca, aprovou um pacote de tarifas progressivas e de restrições para alvarás de novas construções.

O tamanho dos jardins das novas casas foi reduzido por lei. Boa parte das fontes da metrópole reciclam as águas. Chuveiros têm pressão regulada para consumirem menos.

Em quatro anos, a queda no consumo da cidade foi de 28%. Ainda assim, o uso diário de água em Los Angeles por pessoa é quase 2,5 vezes o de São Paulo.

Para o climatologista e oceanógrafo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, Bill Patzert, por ter água abundante e barata por décadas, os californianos se acostumaram a uma vida "incompatível com o deserto". A conta média residencial em Los Angeles é de US$ 50 (R$ 112,5).

Em uma típica casa californiana, 70% do consumo de água vem da manutenção do jardim, com regadores automáticos. "Beverly Hills é uma floresta urbana, todo mundo gosta daquele verde, mas é totalmente artificial", diz.

SÃO PAULO

Em São Paulo, que vive crise em seu maior sistema de abastecimento, o governo descartou punir quem aumentar o consumo de água.

Em abril, o Estado anunciou a ideia de uma sobretaxa de 30% na conta de quem passasse a gastar mais. Três meses depois, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, disse não ver necessidade.

As alternativas adotadas foram bônus para queda do consumo, redução de pressão do abastecimento à noite, uso de água de outros sistemas, entre outras.

Durante a semana, o Ministério Público Federal recomendou que o governo e a Sabesp apresentem projetos para a adoção do racionamento em regiões atendidas pelo sistema Cantareira.

Para o geógrafo Paulo Roberto Moraes, na prática, as medidas adotadas pela Sabesp já são uma espécie de racionamento.

No entanto, ele avalia que o impacto na qualidade de vida da população é menor sem a adoção de um rodízio de água, em que se interrompe o fornecimento de água por um período.

Na última sexta-feira (1), o nível do sistema Cantareira chegou a 15,3%, incluindo as águas do "volume morto", reserva do fundo das represas.


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