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'Foi uma fatalidade', diz mulher de atropelador

Motorista deverá responder por homicídio intencional por morte na USP

Polícia diz que pedreiro estava embriagado; juíza determinou nesta segunda sua prisão por tempo indeterminado

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

"Foi uma fatalidade. Meu marido é trabalhador", disse à Folha a mulher do pedreiro Luiz Antonio Conceição Machado, 43, que atropelou cinco pessoas, matando uma delas no sábado (17), na USP.

Machado, que está preso, deverá responder por homicídio doloso (intencional) pela morte do analista de sistemas Álvaro Teno, 67. A polícia diz que o pedreiro estava bêbado.

Identificando-se apenas como Fátima, sua mulher afirmou à reportagem, por telefone, que o marido foi no sábado até a região da Cidade Universitária para finalizar uma obra que havia começado "perto da USP".

Eles moram na periferia de Taboão da Serra (Grande SP).

Ela não soube dizer onde era exatamente a obra, mas declarou que não era dentro da universidade.

Questionada se Machado costumava beber, Fátima silenciou. Ela disse ter sido orientada pelo advogado dele a não comentar o acidente.

De acordo com policiais, após ser flagrado no bafômetro, o pedreiro disse que cochilou no volante.

Segundo ela, o marido nunca se envolveu em acidentes. "Ele é uma pessoa boa, é que está vivendo uns transtornos psicológicos no momento", afirmou.

Fátima diz que é casada há 20 anos com Machado e eles têm dois filhos adolescentes.

A Folha lhe pediu o contato do advogado. Ela disse que o contataria e retornaria a ligação. Até a conclusão desta edição, não havia retornado.

Avaliado em R$ 28 mil, o Toyota Corolla 2004 usado pelo pedreiro é financiado.

INTENÇÃO

Machado havia sido preso no sábado sob acusação de homicídio culposo (sem intenção), lesão corporal culposa e embriaguez ao volante.

Já nesta segunda, a juíza Aparecida Correia aceitou os argumentos do Ministério Público de que há indícios de homicídio doloso e determinou a prisão do pedreiro por tempo indeterminado. Para ela, a descrição das testemunhas "causou alarde público e sofrimento às vítimas".

A pena para homicídio doloso varia de 6 a 20 anos. No crime sem intenção, ela vai de 3 a 6 anos, mas pode ser cumprida em regime aberto.

Na noite desta segunda, o registro do inquérito seguia como homicídio culposo. No boletim de ocorrência, o delegado do caso afirmava não ver indícios de que o crime foi intencional. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, disse que o registro inicial da ocorrência pode mudar segundo o andamento das investigações.


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