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Fiel é baleado por delegado após confusão em audiência no Rio

Religioso foi atingido de raspão no abdômen e não corre risco de morte; delegado chegou a ser preso, mas foi solto ontem

DIANA BRITO DO RIO

Uma audiência de conciliação envolvendo um pastor evangélico e um delegado terminou com um fiel da igreja baleado de raspão na tarde desta quarta-feira (3) em Copacabana, na zona sul do Rio.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o delegado titular da 79ª DP (Jurujuba/Niterói), Henrique Pessoa, 52, atirou contra o religioso Carlos Gomes, 29, após ser xingado e agredido por cerca de 20 fiéis.

O tribunal informou ainda que Pessoa efetuou o disparo depois de ter sido retirado por um segurança. "Na hora que estava sendo levado dali, ele baixou, sacou a arma e atirou por baixo do braço do segurança em direção ao religioso", afirma a assessoria.

Atingido no abdômen, Gomes foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Ele não corre risco de morte e recebeu alta nesta quinta (4).

O delegado, que também sofreu ferimentos na cabeça e no corpo, foi para o Hospital Copa D'Or. Ele foi medicado e liberado ainda na quarta.

Pessoa chegou a ser preso em flagrante sob acusação de tentativa de homicídio na tarde de quarta, mas recebeu liberdade provisória da Justiça e deixou a delegacia de Copacabana nesta quinta.

O delegado participava de audiência no 5º Juizado Especial Cível de Copacabana e queria um acordo para que o pastor evangélico Tupirani da Hora Lores, do grupo Geração Jesus Cristo, retirasse da internet vídeos contra o delegado e apresentasse uma carta de retratação.

Em 2009, Pessoa, que é responsável pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa no Rio, prendeu o pastor Lores sob a acusação de destruir um terreiro de candomblé no Catete, zona sul, no ano anterior.

O delegado disse ter sido ameaçado. "Sou um homem que se defendeu, que chegou ao limite da sua resistência psíquica depois de seis anos de ataques pela internet, vendo sua filha sendo chamada de vaca, sua mulher chamada de puta", disse Pessoa.

A delegada responsável pela investigação, Izabela Silva Rodrigues, da 12ª DP (Copacabana) indiciou Pessoa e pediu sua prisão com base nas imagens do circuito de câmeras do juizado que mostram, de acordo com ela, que ele não agiu em legítima defesa.

O pastor foi ontem à delegacia de Copacabana protestar contra a soltura de Pessoa. Ele afirma que o delegado "foi linchado por populares ao deixar o juizado, e não por fiéis".

Lores disse ainda que o delegado "saiu furioso da audiência dizendo que era lúcifer porque não conseguiu acordo". Ao juiz, o delegado alegou que estava sendo vítima de difamação em redes sociais por fiéis da igreja.


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