Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Chefe de tropas de elite do RJ é preso por suspeita de extorsão

Coronel da PM e outros 22 policiais são acusados de cobrar propina de comerciantes e até camelôs

Na casa de major que está foragido foram apreendidos R$ 287 mil que a polícia acredita serem fruto de extorsão

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Uma operação prendeu nesta segunda (15) 23 policiais acusados de atuar num esquema de extorsões no Rio de Janeiro, entre eles o terceiro homem na hierarquia da Polícia Militar no Estado.

O coronel Alexandre Fontenelle, 44, é o atual comandante do COE (Comando de Operações Especiais) e tem sob suas ordens unidades como o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e o Batalhão de Choque.

Segundo as investigações, conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública e pelo Ministério Público estadual, comerciantes e motoristas de vans de Bangu, na zona oeste, eram os alvos preferenciais das extorsões.

Mas nem os camelôs estavam livres da cobrança de propina --para montarem suas barracas, deveriam pagar R$ 10 por semana para os PMs do batalhão.

"A corrupção era institucionalizada. Tudo que estava à margem da lei era alvo da quadrilha", disse o subsecretário de Inteligência da Segurança, delegado Fabio Galvão.

A propina, conforme as investigações, também era paga para que os policiais fizessem vista grossa a crimes cometidos por lojistas, como a venda de produtos piratas.

O coronel Fontenelle disse que só falará sobre as acusações feitas a ele na Justiça.

A Justiça também decretou a prisão do major Edson Pinto de Goes, 43, coordenador de operações da PM.

Policiais da Corregedoria da PM e promotores estiveram em sua casa, na zona oeste, mas ele não foi encontrado e é considerado foragido.

Na casa do major, foram apreendidos R$ 287 mil em dinheiro, que os investigadores supõem ser fruto do esquema de extorsão.

De acordo com o Ministério Público, o grupo transformou o batalhão de Bangu em um "balcão de negócios". A propina, segundo a apuração, era diária, semanal ou mensal. Variava de R$ 30 a R$ 2.600.

Todo o esquema teria começado no período que o coronel Fontenelle foi comandante do batalhão de Bangu, em 2012 e 2013.

Segundo a polícia, mesmo após sair da unidade, Fontenelle e parte da equipe que foi com ele para o COE ainda recebiam propina.

As investigações são baseadas em depoimentos, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial.

A cúpula do batalhão, formada por Fontenelle, três majores e dois capitães, era chamada de "administração". O recolhimento da propina seria feito por equipes de policiais designadas para rondas nas ruas.

Na denúncia, os promotores dizem que as equipes mais lucrativas eram as chamadas APTRans, responsáveis por reprimir irregularidades no trânsito, que atuavam contra motoristas que se recusavam a pagar propina.

Parte do dinheiro obtido por este grupo era repassada, segundo o Ministério Público, para a "administração".

BÔNUS

Em contraste com as metas estipuladas pela Secretaria de Segurança para a redução de crimes, os policiais instituíram prêmios para quem mais extorquisse comerciantes e motoristas.

Um restaurante foi extorquido ao pedir autorização da PM para fazer um pagode. Segundo a apuração, policiais disputavam lugar no grupo acusado de atuar no esquema.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página