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Luiz Hildebrando Pereira da Silva (1928-2014)

Um cientista com visão social

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Luiz Hildebrando Pereira da Silva pertencia a uma notável geração de cientistas engajados politicamente, que via na ciência uma forma de mitigar problemas de saúde pública. Considerado um dos maiores especialistas do país em doenças tropicais, morreu na noite de quarta-feira (24), em São Paulo, aos 86.

Nascido em Santos, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro aos 16 anos. Em 1953, formou-se em medicina pela USP, universidade da qual seria professor. Foi demitido em outubro de 1964 depois do golpe militar, mas voltou do exílio e tornou-se docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, até ser demitido de novo em 1969, devido ao Ato Institucional Nº 5.

Hildebrando trabalhou de 1961 a 1962 em Bruxelas; e em 1963 em Paris, no Instituto Pasteur, na área de genética molecular. Voltou ao Pasteur depois da cassação em 1969.

Em 1979 assumiu a direção da Unidade de Parasitologia Experimental do instituto para pesquisar a biologia molecular de parasitas, notadamente o Plasmodium falciparum, causador da malária.

Com o fim do regime militar, voltou ao Brasil e trabalhou desde 1990 em estudos sobre a malária em Rondônia.

Naquele ano, publicou o livro "O Fio da Meada", com memórias da carreira de cientista e militante comunista. "Como decidimos agir no plano social e, portanto, fazer política, temos a pretensão de introduzir também nesse nível a racionalidade da prática científica", escreveu.

Morreu por falência de múltiplos órgãos após ser internado no Incor (Instituto do Coração) com pneumonia. Deixa viúva e cinco filhos.


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