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Naufrágio no Pantanal deixa três mortos

Embarcação com 27 pessoas afundou no rio Paraguai durante tempestade com ventania; há 11 desaparecidos

Grupo de amigos de município no oeste do Paraná estava no barco; acidente mobiliza moradores da cidade

WILHAN SANTIN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ALVORADA DO SUL (PR) MARTHA ALVES DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO

O naufrágio de um barcohotel no rio Paraguai, na noite de quarta-feira (24), deixou ao menos três mortos e 11 desaparecidos e causou comoção em uma cidade a 840 quilômetros dali, no Paraná.

A embarcação, uma chalana paraguaia, levava 27 pessoas (16 turistas brasileiros e 11 tripulantes do país vizinho). Entre os passageiros, havia um grupo de amigos de Alvorada do Sul, cidade de 11 mil habitantes localizada no oeste do Paraná.

Por volta de 18h30, uma tempestade com ventos fortes atingiu a região, na fronteira com o Paraguai.

O barco virou e afundou rapidamente em um trecho do rio onde a profundidade pode chegar a 20 metros, segundo a Prefeitura de Porto Murtinho (MS), cidade próxima ao local do acidente.

Durante as buscas, cinco turistas e oito tripulantes foram resgatados com vida. Segundo o Corpo de Bombeiros, as condições do rio, que tem águas turvas e correnteza forte, dificultam o trabalho.

A operação de busca, que reúne as Marinhas de Brasil e Paraguai e mergulhadores do Corpo de Bombeiros, foi suspensa nesta quinta (25) à noite e será retomada sexta.

Ainda não se sabe se o barco estava regular.

DESESPERO

"Nossa cidade amanheceu em desespero", resume o vereador Onivaldo Piovezani (PDT), de Alvorada do Sul.

Na casa do comerciante Lucas Vagner Orlando, 45, um dos desaparecidos, dezenas de pessoas aguardavam notícias na tarde de ontem.

"Foi a primeira vez que o Lucas foi numa viagem dessa. Ficou um ano pagando", disse a mulher do comerciante, Márcia Aparecida Orlando.

"Estamos desorientados", disse o prefeito da cidade, João Carlos Peres (PDT).

Nas escolas, praticamente não houve aulas. "As crianças estavam muito tristes, porque sempre tem o pai de algum amigo entre as vítimas", afirmou a professora Maria Lúcia Buhrer.

A pesca é um hábito comum entre moradores da cidade, assim como excursões para o Pantanal.

"O pessoal pega camionetes e vai. Nem todos gostam de pescar, muitos só querem ver a paisagem, descansar. Passam dias embarcados", diz Nivaldo Palaro, sobrinho do agricultor Antônio Pontelo, 57, uma das vítimas.

Neste ano, os amigos de Alvorada do Sul se dividiram em dois grupos, com cerca de 20 pessoas ao todo. Parte embarcou em Corumbá e outra, em Porto Murtinho.

Os agricultores Carlos Siena, 65, e Manoel Siena, 39, pai e filho, passeavam em barcos diferentes. Carlos seguiu com a turma de Corumbá. Manoel foi para Porto Murtinho. Ele está entre os desaparecidos.


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