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Criança morre afogada em escola de Moema

Bernardo Giacomini Gonçalves, 3, participava da aula de natação com mais 10 colegas e morreu antes de chegar ao hospital

Professora e instrutora foram indiciadas sob suspeita de homicídio não intencional; colégio diz ter prestado socorro

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

Uma criança de três anos morreu ontem de manhã enquanto participava da aula de natação na escola onde estudava em Moema, bairro nobre da zona sul de São Paulo.

Bernardo Giacomini Gonçalves estava na piscina com outras dez crianças de sua sala no CEB (Centro Educacional Brandão) - Comecinho de Vida. O colégio, que existe há 40 anos, oferece do berçário ao ensino fundamental e ocupa quase meio quarteirão.

Na manhã de ontem, os alunos eram acompanhados por uma professora e duas instrutoras em uma atividade em que, de dentro da piscina, atiravam bolas em um cesto.

Ao final, todas saíram da água e foram contar, na borda, quantas bolas haviam acertado. Neste momento, uma das instrutoras saiu para buscar uma criança na portaria.

Minutos depois, quando o grupo era levado em fila para o vestiário, a professora viu Bernardo na água, já desacordado. Ela saltou na piscina, retirou o menino e prestou os primeiros socorros.

O pai dele, o juiz Aléssio Gonçalves, foi chamado ao local e seguiu com o filho em uma ambulância do Samu para o Hospital São Paulo.

O garoto, no entanto, não resistiu. O hospital disse à polícia que a possível causa de óbito foi afogamento/asfixia.

Quando foi achado na piscina, Bernardo estava sem as boias que usava na aula. As professoras disseram à polícia que as boias só são retiradas no vestiário, mas que as crianças aprendem a tirá-las.

A piscina tem profundidade de 1 a 1,8 metro.

INDICIAMENTO

A delegada que investiga o caso, Ancilla Vega, afirmou que há indícios de ter havido negligência e imprudência.

A professora Raquel Campos, 36, 16 deles na escola, e a instrutora Francine Almeida, 28, há seis no CEB, foram indiciadas sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção). Elas pagaram fiança de R$ 10 mil cada e responderão em liberdade.

O advogado da escola, que está prestando auxílio às duas, não se manifestou.

Na delegacia, o diretor do colégio, Márcio Brandão, afirmou apenas que os fatos estão sendo apurados. "Vamos colaborar o máximo possível para esclarecer tudo e assumir a responsabilidade que seja nossa".

Em seu site, a CEB publicou nota de pesar em que diz que "o aluno foi imediatamente atendido por profissionais da escola, treinados e certificados como socorristas pela American Heart Association e, em seguida, pela equipe do Samu".

A aula de natação, que acontece duas vezes por semana e dura 25 minutos, está inclusa na mensalidade, que no ano que vem chegará a R$ 2.800.

A família de Bernardo disse não ter condições de falar.

Colaborou ANDRÉ CARAMANTE


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