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Alckmin quer pena maior para adolescentes

Governador paulista defende ainda a transferência de infratores com mais de 18 anos para presídios especiais

Proposta de tucano é alterar lei atual e avaliar quando o menor poderá sair com 'ficha limpa' da ex-Febem

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu ontem que adolescentes que cometerem crimes graves fiquem mais tempo internados e possam até ser transferidos para presídios.

"Vamos fazer um trabalho para modificar a lei atual porque ela tem equívocos. O primeiro é que o menor fica no máximo três anos apreendido e sai com a ficha limpa, não importa quantos nem quais crimes ele cometa. A pena para crimes mais graves deve ser maior, para estabelecer um limite ao criminoso", disse o governador.

A afirmação foi dada após o governador ser questionado sobre uma fuga de internos da Fundação Casa em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo), ocorrida anteontem. Foi a terceira ocorrência neste mês no Estado.

Alckmin também defendeu que os infratores sejam transferidos para presídios especiais após os 18 anos, afirmando que a fundação foi feita para abrigar apenas crianças e adolescentes.

"Em todos os lugares do mundo é assim. Não pode misturar com outros presos."

LEI ATUAL

Hoje, a lei estabelece internações de até três anos, ou até o infrator fazer 21 anos.

Para Ariel de Castro Alves, vice-presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB, não é necessário mudança na legislação para que internos maiores cumpram suas medidas separadamente, pois a lei diz que os internos devem ser separados por idade, gravidade do ato e compleição física.

O advogado diz ainda que os internos não podem ser levados para penitenciárias comuns. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelece que os jovens devem cumprir a medida em unidades que oferecem tratamento diferenciado, com escola e atendimento psicológico.

Ontem, Alckmin disse que ao menos três fugitivos de Ferraz de Vasconcelos eram maiores de idade.

"A proposta é totalmente inadequada. O sistema prisional está com superlotação. Além disso, a reincidência passa dos 60% e as prisões são dominadas por facções criminosas", afirmou Alves.

AVALIAÇÃO

O governador também disse ontem que vai redobrar o trabalho para asfixiar as facções criminosas que agem no Estado, principalmente da área financeira para melhorar os índices de segurança.

"São Paulo vai vencer de novo e superar essas dificuldades. O tráfico de drogas está por trás disso", afirmou.

Pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada anteontem pela Folha apontou uma queda na aprovação do governo de Alckmin. O índice de paulistanos que consideram a administração ótima ou boa caiu de 40% em setembro deste ano para 29%. (ANDRÉ MONTEIRO E FELIPE SOUZA)


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