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Cremesp breca registro de aluno que boicotou prova

Conselho de medicina de SP analisa pedido de cerca de 80 recém-formados

Estudantes dizem ser vítimas de retaliação; para entidade, alunos precisam 'arcar com as consequências' do ato

ANGELO SASTRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP) está atrasando o registro profissional dos médicos recém-formados que boicotaram o exame de avaliação aplicado pela entidade.

Estudantes que participaram do boicote receberam carta dizendo que o pedido está sob análise e que o prazo para resposta é 31 de janeiro -quem não boicotou recebe o registro imediatamente.

A partir deste ano, a participação na prova, realizada no mês passado, é exigida pelo conselho para fazer o registro profissional do médico.

O movimento de oposição à aplicação do exame defendeu que todos assinalassem a alternativa "b" como resposta para as 120 questões, para deixar claro o boicote.

Para os candidatos barrados, o desempenho no exame é confidencial e não deveria impedir o registro.

'LAMENTÁVEL'

O presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, diz que os casos estão sendo analisados internamente. Segundo ele, de um total de 2.852 recém-formados que fizeram o exame, houve boicote de 85.

"É uma situação lamentável e incompreensível, que o primeiro ato dos novos médicos seja descumprir resolução do conselho regional."

Segundo ele, o conselho não quer prejudicar ninguém. "Mas eles [recém-formados] precisam arcar com as consequências de suas decisões. Precisam crescer, não são mais estudantes", disse.

A Folha apurou que 80 dos recém-formados com registro suspenso se concentram nas faculdades de medicina da USP de Ribeirão Preto e da Unicamp e na Faculdade de Medicina de Marília, uma autarquia do governo de SP.

'RETALIAÇÃO'

Para Renato Martins Pedro, 27, recém-formado pela USP em Ribeirão Preto, a atitude está prejudicando a atuação dos novos profissionais.

"Isso é uma punição clara e contrária à Constituição, já que não posso exercer minha profissão e vou perder plantões", afirmou Pedro. Segundo ele, no final de ano, há demanda maior por plantões para os recém-formados.

Já Eduardo Vinicius Rosa, 24, recém-formado pela mesma instituição e que teve o registro bloqueado, disse que a intenção do movimento foi protestar contra o formato da avaliação. "Não somos contra a prova, mas contra a metodologia aplicada. O ideal é uma avaliação seriada contemplando 2º, 4º e 6º anos."

A Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina consulta advogados para tomar medida judicial.


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