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História ameaçada

Responsável por guardar a memória da independência do Brasil, museu do Ipiranga enfrenta problemas estruturais e deve fechar para reforma

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO

Problemas na estrutura podem provocar o fechamento, para reforma, do museu que guarda a memória da independência brasileira.

O imponente prédio do Museu Paulista, encravado no parque da Independência, no Ipiranga, zona sul paulistana, apresenta sinais de deterioração -não muito difíceis de serem notados em uma visita.

Já na chegada, o visitante encontra uma fachada mofada, com tinta descascando. Dentro, se depara com rachaduras no teto do primeiro piso e, no segundo, com a ala oeste completamente interditada. "Para reformas", informa uma placa.

Segundo a assessoria do museu, o fechamento deve ocorrer em 2013, mas ainda não se sabe se total ou parcialmente. Segundo o órgão, os estudos e os trâmites dessa reforma já começaram, mas ainda não há definição sobre o início e o prazo de duração.

A respeito do que será feito, a assessoria informou apenas que a reforma consiste em obras de acessibilidade e de infraestrutura.

'BARRADO'

A acessibilidade do museu foi reprovada ontem pelo servidor público Carlos Gama, 44, que foi ontem ao local.

Cadeirante,ele não conseguiu ver a obra mais célebre hospedada no local, o quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo.

"Eu vim de Brasília para ver o quadro e não consegui. Perguntei à funcionária e ela disse que eu não poderia chegar ao segundo andar porque o elevador não estava funcionando", disse Gama.

Um alerta sobre as condições do prédio veio de um guarda do museu. Ele relatou à vice-presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) Ipiranga, Cristina Feres, que o prédio cedeu depois que o subsolo foi escavado - o espaço também é utilizado para exposições.

Ainda segundo o relato do guarda, o habite-se do edifício venceu há cinco anos. Cristina diz que ele pediu para deixar de trabalhar do museu porque estava descontente com a administração.

O advogado Eduardo Augusto Pinto, morador do Ipiranga, membro do Conseg e representante dos moradores. também se diz insatisfeito.

"Estou pensando em entrar com uma representação no Ministério Público. Parte dos problemas é conhecida desde 2008 e nada foi feito", disse.

O Museu Paulista é administrado pela USP. Procurada pela Folha, a Secretaria de Estado da Cultura afirmou que não responde pelo estabelecimento; já a universidade, que apenas a diretoria do museu se pronunciaria.

No entanto, a diretora do Museu Paulista, Sheila Walbe Ornstein, não respondeu aos questionamentos da reportagem até a conclusão desta edição.

HISTÓRIA

O Museu Paulista foi inaugurado em 1895, no data que comemora o Dia da Independência -o 7 de Setembro.

O grito "independência ou morte", de D. Pedro I, que marcou o fim dos tempos em que o Brasil era colônia de Portugal, aconteceu nas margens do rio do bairro.

Segundo o site do museu, seu acervo é composto por mais de 125.000 unidades do século 17 até meados do século passado.

O edifício, de estilo renascentista, teria sido projetado para abrigar também o ensino científico.


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