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Conselho quer tombar casas da Normandia

Com a abertura do processo de tombamento, que inclui também a vizinha rua Gaivota, 54 imóveis ficam 'congelados'

Localizadas na zona sul de São Paulo, vias são conhecidas pelas lojas instaladas em casarões de estilo europeu

ANDRÉ MONTEIRO EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

O Conpresp (órgão da prefeitura de defesa do patrimônio) abriu um processo que pode levar ao tombamento de imóveis das ruas Normandia e Gaivota, em Moema, na zona sul de São Paulo.

As ruas são conhecidas pelas lojas instaladas em casarões de estilo europeu e se tornam ponto de visitação no fim do ano por causa da decoração de Natal. Já houve até neve artificial, mas a festa está menor nos últimos anos.

Com a abertura do processo, os 54 imóveis -todos da Normandia e metade dos da Gaivota- ficam "congelados". Segundo a prefeitura, qualquer reforma deve ser aprovada pelo Conpresp e as obras em andamento devem ser paralisadas, como uma no número 65 da Normandia.

Os donos devem pedir autorização até para pinturas.

A situação irá vigorar até que seja decidido o tombamento e se ele vai atingir apenas a fachada ou também o interior dos imóveis. Não há prazo para a decisão.

KI-SUCO E PLOC

O processo foi um pedido do Departamento do Patrimônio Histórico da prefeitura.

Entre os motivos, foi apontado o valor arquitetônico das edificações, "exemplares da arquitetura eclética da década de 50, únicos em Moema e arredores". Também foi considerado que as ruas são os "últimos resquícios da ocupação prévia do bairro".

De acordo com a prefeitura, há indícios de que as ruas formavam uma vila operária, já que nos seus arredores funcionavam as fábricas dos sucos Ki-Suco e dos chicletes Ploc.

'BOLA DA VEZ'

"É uma rua simbólica, que tem uma unidade arquitetônica que gera um clima positivo em uma cidade cada vez mais verticalizada", afirma a urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo.

"E a região é a bola da vez da especulação imobiliária. Para a rua sumir, é superfácil", diz ela.

Segundo lojistas, todas as casas pertencem à família Chaves Veneri. A imobiliária da família informou que não foi notificada sobre o processo, mas que ele não altera em nada a situação dos imóveis.

"A rua é famosa por conta desse estilo. Quem aluga aqui gosta e já sabe que não pode mudar", diz Letícia Ribeiro, proprietária de uma loja de móveis na Normandia.


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