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Redes sociais já mobilizam 30 mil caronistas no Estado

Por economia, até desconhecidos agendam viagens coletivas entre capital e interior

Deslocamentos devem ser compartilhados somente com colegas e parentes, recomenda a Polícia Rodoviária

LEANDRO MARTINS DE RIBEIRÃO PRETO

É fim de tarde quando quatro jovens partem em viagem de carro entre Ribeirão Preto e São Paulo. Seria apenas rotina, não fosse o fato de que nunca haviam se visto. Eles se conheceram nos dias anteriores pelo Facebook, em um grupo da rede criado para compartilhar caronas.

Se antes a prática era restrita ao boca a boca entre conhecidos, com as redes sociais a carona se disseminou, e envolve agora pessoas cujo único vínculo é a internet.

No Facebook, ao menos 25 grupos de caronas só no Estado de São Paulo reúnem cerca de 30 mil usuários.

Os maiores são os de trajetos entre cidades-sede de regiões -como São Carlos, Bauru, Campinas e Ribeirão- e a capital. Juntos, os caroneiros dividem os custos. Há ainda sites especializados.

O grupo que faz o trajeto São Paulo e São Carlos -o maior de todos- tem pouco mais de 4.000 usuários.

A publicitária Milena Leonel, 26, mora em São Paulo e criou um dos grupos no começo deste ano para economizar nas viagens entre Ribeirão e a capital. Seu grupo tem hoje 1.400 participantes.

Nesse trajeto, o valor convencionado é de R$ 40 por pessoa -de ônibus, os usuários pagariam cerca de R$ 65.

Além da economia, eles falam em conforto e facilidade: encurtam o tempo da viagem e ainda combinam o embarque e o desembarque em pontos como estações de metrô.

Especialistas veem outros benefícios, como a redução no número de carros em circulação e até uma conscientização maior sobre trânsito.

Para o mestre em transportes Creso de Franco Peixoto, da FEI (Fundação Educacional Inaciana), ao se unirem para ações desse tipo, que independem do governo, grupos de caronas ainda dão um recado: "Mostram que há a necessidade de buscar outras soluções [para o trânsito]".

Além de universitários, há gente que busca caronas ocasionais, como para prestar vestibular, visitar parentes ou viajar a lazer para a capital.

Na última quinta, o analista de sistemas Leonardo Augusto Neves Monteiro, 27, abriu espaço em seu carro para outras três pessoas que iam de Ribeirão para São Paulo.

"Às vezes, vou com meu carro e ofereço carona, outras, pego carona. É mais barato e rápido que ônibus", diz ele, que trabalha e mora em Ribeirão, mas vai a São Paulo para ver a namorada. No carro dele, gente que viajava para aproveitar as festas de fim de ano e uma passageira que ia prestar concurso.

FICHA LIMPA

Para evitar riscos, os caroneiros têm uma espécie de manual de conduta: atrasos devem ser evitados e, por segurança, é recomendado buscar algum dado, ainda que pela internet, sobre as pessoas que vão juntas no carro.

"Mas a própria comunidade se encarrega de divulgar algo que venha a acontecer de errado ou suspeito", diz o analista de sistemas Guilherme Mourão Sansoni, 33, que oferece caronas em grupos entre São Carlos, Bebedouro e Franca, no interior.

O comando da Polícia Rodoviária em Ribeirão não recomenda carona entre desconhecidos, mas diz que não há registros de ocorrências.

A dica da corporação é compartilhar as viagens com colegas e parentes. A polícia orienta ainda que os caroneiros evitem fornecer dados pessoais -como endereços- a desconhecidos.

Leia análise sobre o assunto

folha.com/no1207844


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