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Internação de 10% dos viciados em SP foi à força
Dado é da rede municipal paulistana; Alckmin quer facilitar modalidade de tratamento
Um em cada dez dependentes de drogas internados pela Prefeitura de São Paulo no último ano foram submetidos ao tratamento à força.
Do total de 1.443 internações feitas entre 3 de janeiro -início da operação da PM na cracolândia- e 17 de dezembro de 2012, 150 foram involuntárias ou compulsórias.
A internação involuntária ocorre contra a vontade do viciado, mas com autorização familiar. A compulsória, contra a vontade do dependente, mas com a autorização da Justiça.
Essas internações só são recomendadas por especialistas para casos extremos, quando o dependente coloca em risco sua vida ou a de outros. O usuário só deixa o tratamento quando recebe alta médica.
"É um número forte, não creio que todos esses casos sejam extremos", diz o psiquiatra Antonio Lancetti, consultor do Ministério da Saúde que atua no centro paulistano. Ele acha preferível o uso de um sistema de abordagem para convencer o usuário a se tratar.
O balanço da prefeitura, feito à pedido da Folha, mostra que 45% dos viciados internados em 2012 desistiram do tratamento nos primeiros 30 dias. Outras 23% o completaram e receberam alta médica -32% continuam internadas.
Segundo o psiquiatra Hamer Palhares, da Unifesp, a média de sucesso observada no tratamento é a usual.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), que anunciou anteontem um projeto para facilitar a internação à força de viciados, não informou os números da rede estadual.
Ontem, ao ser questionado sobre se a PM poderia ser usada para recolher viciados, Alckmin não descartou a possibilidade. "Pode não ser necessário, pode ser necessário. Ninguém quer agredir ninguém, ninguém quer violentar ninguém", disse. (TALITA BEDINELLI, AFONSO BENITES E MARINA GAMA)