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Adolescente detida ao tentar entrar nos EUA volta ao Brasil

Verônica Letícia da Silva passou 57 dias em abrigo para jovens de Miami após ser proibida de entrar no país

Conversar com meninos era proibido, diz a garota, que teve aulas de inglês, matemática e história na instituição

MARINA GAMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os últimos 57 dias, Verônica Letícia da Silva, 16, passou nos Estados Unidos. Nesse período, acordou diariamente às 6h, dormiu às 21h e teve aulas obrigatórias de inglês, história e matemática.

A adolescente, no entanto, não esteve em nenhum curso de férias. Ela estava mesmo era em um abrigo para adolescentes, em Miami. E, além das aulas, também era obrigada a limpar os quartos e áreas comuns do local.

Conversas entre meninos e meninas eram proibidas.

Já os banhos de sol, permitidos -mas apenas duas vezes por semana.

Verônica chegou aos EUA com visto de turista e passagem de volta marcada para maio. Foi mandada para o abrigo após ser barrada na imigração, no dia 27 de novembro, e passar nove horas respondendo perguntas.

"Estava muito assustada e não entendia nada do que os agentes da imigração perguntavam em espanhol. Só entendi quando uma intérprete chegou", diz Verônica.

O que ela foi fazer lá, fonte de renda, onde pretendia ficar, parentes no país, pretensão de trabalhar, foram algumas das questões levantadas.

"Estava desesperada. Pedia para ligar para minha mãe. Não podia voltar para o Brasil tampouco me diziam para onde iam me levar ", diz ela, que garante que pretendia voltar ao país a tempo do início das aulas, no começo de março.

DESCONFIANÇA

No início do mês, a Folha apurou que o consulado brasileiro em Miami desconfiava de que a adolescente pretendia ficar no país para cuidar das filhas da tia-avó.

Uma funcionária do órgão teria dito que a tia-avó havia comentado sobre a ideia de trazê-la com esse fim.

Alexsandra Aparecida da Silva, 36, mãe da adolescente, e a própria jovem negam.

"Se ela precisasse eu ajudaria, mas ela não disse que eu ajudaria com as crianças. Foi um presente de aniversário", afirmou Verônica. A tia-avó não atendeu às ligações da reportagem.

No abrigo, rotina e regras eram rígidas. Os adolescentes que lá estavam também aguardavam decisão judicial para entrar nos EUA e grande parte falava espanhol, língua que a garota brasileira foi aprendendo no dia a dia.

Verônica passou as festas de fim de ano e o aniversário de 16 anos no local.

Após chegar ao Brasil com um leve sotaque espanhol, Verônica encontrou um colchão onde antes estava sua cama -quebrada enquanto era desmontada no final do ano.

Agora, mãe e filha se diziam aliviadas. "A impressão é que minha filha não vale um tostão naquele país", afirma Alexsandra.


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