Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Não falta leito para dependente, diz responsável por programas do Estado

Segundo Rosângela Elias, as internações à força, no entanto, são necessárias em poucos casos

Há mães que pedem que filhos fiquem anos internados, e não entendem quando isso é negado, afirma ela

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

"Não é só porque usa crack que precisa ser internado", diz a coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas da Secretaria de Saúde, Rosângela Elias, em entrevista à Folha.

Responsável pelo Cratod, centro de saúde onde desde segunda-feira um plantão judicial avalia casos de internação à força, ela afirma que medidas compulsórias serão exceção sempre e que não faltam leitos na rede estadual.

Segundo a coordenadora de saúde mental, há mães que pedem que seus filhos fiquem internados "por meses ou anos".

Folha- Quando é necessária a internação?
Rosângela Elias - Não é porque a pessoa usa crack que ela precisa necessariamente ficar internada. Isso é importante deixar claro.
A base do trabalho tem que ser na rede de atenção psicossocial.

A senhora quer dizer os Caps (Centros de Atenção Psicossocial?)
Sim. Quando uma pessoa é internada involuntariamente [com indicação médica e ciência do Ministério Público] e se mantém assim em todo o período, o que acontece? Ela vai parar no primeiro boteco quando sair. Quando sai, as biqueiras são as mesmas, a família é a mesma. Então, a maior dificuldade não é a entrada, mas a saída.

É errado achar que a internação é a única maneira?
É um pensamento equivocado. Às vezes, a família vem aqui e a gente diz que não é caso de internação, e pedimos para procurar o Caps. A família sai uma fera, porque eles querem internação.

Mas há leitos para todos?
Se entrar na lógica que a única alternativa para todo mundo que usa droga é internar, é claro que não vai dar. Porque é muita gente. É para o caso mais grave, aquele que está correndo risco, para casos de exceção.
Tem família que vem aqui e diz: 'quero que interne meu filho por um ano'. Como assim? Às vezes a pessoa está cansada de tudo. Se resolvesse, todo mundo que ficou internado jamais recairia. O dependente não vai ser curado, tem que tratar sempre.

Mas houve dificuldade para obter leito durante o plantão?
Aqui, não. O governador disse que em qualquer problema com leitos, novos serão contratados [há cerca de 700]. A procura está sendo interessante e deu um diagnóstico de onde está o vácuo assistencial. Essas pessoas não que acessam os Caps.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página