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Alvo de polêmica, doulas não têm atividade regulamentada

Presença de mulheres que dão assistência a grávidas foi restringida por hospitais

Elas preferem que a atividade seja considerada ocupação ao invés de profissão pelo governo federal

DE SÃO PAULO

Apesar de poderem estar em salas de parto para ajudar as mulheres grávidas, as doulas ainda não têm a atividade regulamentada no Brasil. Organizações que representam essas auxiliares dizem que não está nos planos tentar um enquadramento legal da prática.

A ideia é incluí-las como ocupação, para fim de registro administrativo, a exemplo de massoterapeuta e técnico em acupuntura, entre outros.

Doulas são mulheres com experiência em maternidade que dão assistência a grávidas antes, durante e após o nascimento do bebê.

Não existe consenso sobre a prática, que virou alvo de debate em redes sociais após duas grandes maternidades de São Paulo, a Santa Joana e a Pró Matre Paulista, decidirem restringir a presença delas no parto. O motivo, dizem, é buscar menores índices de infecção hospitalar.

As unidades não proíbem a entrada das assistentes, mas as mães precisam escolher entre a presença do marido ou a da doula na hora do nascimento do bebê.

A obstetriz Ana Cristina Duarte, diretora do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, afirma que "no mundo inteiro não existe regulamentação da prática".

"Ser doula é uma ocupação. Ela não tem nenhuma responsabilidade técnica e não executa procedimento técnico. Não pega em sangue, não põe a mão no bebê. É um outro tipo de assistência, como fazer massagem na mãe."

Segundo ela, a próxima versão da Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, deverá reconhecer a ocupação.

A vice-presidente do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), Vera Lúcia Mota da Fonseca, que é ginecologista e obstetra, é contra a presença de doulas na hora de dar à luz -ela afirma que é preciso ver o parto com mais "seriedade".

"Não é possível abrir a guarda da seriedade desse procedimento médico. É preciso entender que sem cuidados básicos as consequências podem ser drásticas", disse.

FILMAGEM PODE

A analista de comunicação Alessandra Franco de Oliveira, 35, tem os hospitais Pro Matre e Santa Joana como única opção coberta pelo plano de saúde. Ela conta que estava certa de que o parto do primeiro filho, Raul, seria ao lado do marido e de sua doula.

"Fui no início da semana no hospital e disseram que aceitavam doulas. Depois, me mandam um e-mail mudando a versão. Não dá para optar entre marido e doula."

Para ela, a justificativa dos hospitais não faz sentido. "Eles permitem entrar equipes de fotografia e filmagem. Se fosse para impedir infecção hospitalar, por que não retiram eles também?", diz.


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