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Câmara engaveta investigação contra Aurélio Miguel

Após 8 dias, relator diz que processo contra vereador se apoia em recortes de jornais e que não existem provas

Na semana passada, judoca reclamou de perseguição em fala interpretada como recado à gestão Haddad

EVANDRO SPINELLI ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo engavetou ontem o processo contra o vereador Aurélio Miguel (PR), acusado de corrupção.

Entre a abertura da investigação, pedida pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL) no dia 20, e a suspensão do processo, foram apenas oito dias.

O Ministério Público tem documentos -cópias de e-mails e notas fiscais- e depoimentos de ex-executivos do grupo Brookfield que apontam que Miguel recebeu propina para fazer vista grossa a irregularidades em shoppings da companhia e não citá-los no relatório da CPI do IPTU, que ele presidia.

Milton Leite (DEM), relator do processo na corregedoria e aliado político de Aurélio Miguel, ignorou os indícios e pediu o engavetamento.

Miguel e a Brookfield negam todas as acusações. Na semana passada, em discurso na Câmara, Aurélio Miguel reclamou de perseguição.

Em resposta à denúncia, citou indiretamente o secretário de Governo, Antonio Donato (PT), o que foi interpretado no Legislativo como recado ao prefeito Fernando Haddad (PT) de que precisava de apoio da base do governo para salvar o mandato.

Miguel disse que era "apenas o presidente da CPI [do IPTU], não o relator" -no caso, o relator era Donato.

Não há investigações contra o secretário de Governo.

No caso de Miguel, o verea-dor Milton Leite classificou a denúncia como "frágil". "Ele só xerocou matérias de jornal, não juntou prova alguma. Os jornais, alguns deles, merecem alguma credibilidade. Não toda [credibilidade], mas alguma", disse.

O corregedor-geral Rubens Calvo (PMDB) pensa da mesma forma. "A denúncia não traz nenhum fato novo, só traz recortes da imprensa. Não traz nenhuma testemunha, nenhuma fita gravada, nenhum documento. É grave, mas a substância da denúncia é frágil", disse o corregedor, minutos antes de se recusar a requisitar ao Ministério Público as provas recolhidas pelos promotores.

Os vereadores Roberto Trípoli (PV), Alfredinho (PT), Paulo Frange (PTB) e Mário Covas Neto (PSDB) concordaram com a interrupção da investigação. Apenas José Police Neto (PSD) foi favorável a seguir com a apuração.

Aurélio Miguel, diretores da Brookfield e Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov, o setor que autoriza obras de médio e grande portes, são réus em ação de improbidade administrativa.

Miguel e Aref também já foram denunciados por corrupção e são investigados por enriquecimento ilícito.

HISTÓRICO

No ano passado, a Folha revelou que Aref adquiriu 106 imóveis no período em que foi diretor do Aprov e que Daniela Gonzalez, ex-diretora da empresa do grupo Brookfield que administra shoppings, relatou o pagamento de propina a Aref, Miguel e outros agentes públicos.


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