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Cantor era explosivo no palco e fora dele
Em 2004, Chorão foi processado por Marcelo Camelo, ex-Los Hermanos, depois de agredi-lo com soco e cabeçada
À frente da banda, formada em 1992, lançou 14 discos, que juntos venderam cinco milhões de cópias
Skatista desde os 14 anos, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, formou a banda Charlie Brown Jr. em 1992 para tocar em competições do esporte, em Santos (SP), onde vivia desde os 17 anos.
Filho de uma empregada doméstica, teve de ajudar no orçamento familiar a partir dos 11 anos, quando os pais se separaram. Deixou a escola antes de acabar o ensino básico. O pai morreu em 2003.
Em 1997, estourou com "Transpiração Contínua Prolongada", que vendeu 250 mil cópias impulsionado pelo single "O Coro Vai Comê".
À frente da banda, Chorão era um vocalista carismático e explosivo, que representava bem a estética musical do grupo: mistura de skate, punk rock e hip-hop.
Autor da maioria das canções, retratava nas letras a vida na praia, as competições de skate, as conquistas amorosas e os perrengues de uma classe média endividada.
Com a banda, lançou nove discos de inéditas, duas coletâneas, um acústico e dois ao vivo, que juntos venderam cinco milhões de cópias -a banda levou dois Grammy Latino de melhor disco de rock.
Com uma agenda lotada de shows e praticamente um novo disco por ano, consolidou a carreira despejando hits nas rádios e clipes na MTV.
Entre os sucessos mais conhecidos estão "Te Levar Daqui", tema da novela "Malhação", e "Proibida pra Mim", regravada por Zeca Baleiro.
Em 2004, no aeroporto de Fortaleza, atingiu com um soco e uma cabeçada o então vocalista da banda Los Hermanos, Marcelo Camelo, que o processou. Meses antes, Camelo criticara o colega por fazer música para um comercial de refrigerante. A Justiça absolveu Chorão.
Em 2007, lançou o filme "O Magnata", com roteiro seu e direção de Johnny Araújo, sobre a conturbada vida de um roqueiro que teve infância difícil e alcançou o estrelato.
A banda estava em férias e deveria retomar a agenda com um show no próximo dia 22, em Campo Grande (RJ).
Chorão, que era fanático torcedor do Santos e fez show num navio para o centenário do clube em 2012, deixa um filho de 23 anos do primeiro casamento. Ele estava separado havia seis meses da estilista Graziela Gonçalves.
