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Fiscais da prefeitura são presos acusados de cobrança de propina
Polícia prende em flagrante agentes da Subprefeitura de Santo Amaro no shopping Morumbi
Servidores receberiam R$ 40 mil, que seriam parte de pagamento para liberar alvará para reforma de um hospital
Dois fiscais da Subprefeitura de Santo Amaro, zona sul da capital, foram presos em flagrante ontem acusados de cobrar propina de um empresário para a liberação de alvará para a reforma de um hospital privado.
Segundo a polícia, Sheila Maria Rodrigues Adell Caramico, 62, e Nicola Caramico, 69, que são casados, foram detidos quando estavam recebendo a quantia de R$ 40 mil do engenheiro responsável pela obra, em um café no shopping Morumbi, no Brooklin, zona sul.
O encontro havia sido marcado com a prefeitura e a polícia avisadas por um diretor da empresa que controla o hospital, que denunciara o caso em 25 de fevereiro.
No instante do suposto suborno, os fiscais foram abordados por policiais da 1ª Delegacia de Crimes contra a Administração Pública.
A polícia passou a investigar a pedido da Controladoria Geral do Município.
Segundo o delegado Sergio Norcia, o hospital passava por uma reforma para instalação de um pronto-atendimento. Para isso, a empresa que controla o hospital pediu um alvará à subprefeitura.
O prédio é alugado e, diz a polícia, o proprietário do imóvel demorou para fornecer uma documentação e a subprefeitura cancelou o pedido.
Em 15 de fevereiro, a fiscal e uma equipe foram ao local fazer uma vistoria. Foi constatada a falta de documentos e a obra, embargada. Depois, a fiscal marcou uma reunião na subprefeitura com o engenheiro responsável pela obra.
Nesse encontro, segundo a polícia, ela teria sugerido o pagamento de propina.
"Ela disse ao engenheiro que a multa ficaria em R$ 194 mil e que poderia resolver por R$ 97 mil, metade do preço", diz o delegado, afirmando que durante as negociações o valor foi reduzido para R$ 80 mil, em duas parcelas.
INVESTIGAÇÃO
O controlador-geral do município, Mário Vinícius Claussen Spinelli, disse que está sendo verificada a evolução patrimonial do casal.
O envolvimento de mais pessoas no esquema também é investigado. Foi instaurado um processo administrativo disciplinar contra os fiscais, que podem ser exonerados ao final das investigações.
