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Legalizar a prática 'deseduca' e é 'grave', afirma bispo da CNBB

DE BRASÍLIA

O apoio dos conselhos de medicina à autorização para o aborto até a 12ª semana de gestação foi considerado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) um apoio à cultura da violência.

A entidade da Igreja Católica, radical opositora do aborto sob qualquer circunstância, recebeu a chancela dos conselhos com preocupação, pois ela poderia incentivar "alguns direitos em detrimento de outros".

"O que consideramos grave nesse contexto é o poder 'educativo' -que é deseducativo, na verdade- que um órgão importante como o Conselho Federal de Medicina tem, o poder de criar mentalidades", avalia d. João Carlos Petrini, bispo da CNBB.

Para ele, a escolha deve ser sempre pela vida.

"Do contrário, se fortalece uma mentalidade que favorece o recurso à violência e à morte. E justamente num contexto em que o Brasil está assolado por índices de violência que nos colocam em situação parecida com países que estão em guerra."

No mundo acadêmico, o entendimento é bem diferente. Para Debora Diniz, professora da UnB (Universidade de Brasília) e pesquisadora da Anis (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero), a posição dos conselhos de medicina transfere, de vez, o debate do campo da religião para o da saúde pública.

"O CFM é uma referência ética para como os médicos devem se comportar e como devem pensar a assistência em saúde. Nesse sentido, a posição do conselho pela descriminalização do aborto [até a 12ª semana] significa um deslocamento definitivo do tema: da religião para a saúde pública", diz.

Para a pesquisadora, o posicionamento põe os conselhos de medicina em "posição de vanguarda". Ela concorda com a dispensa do laudo pelo médico ou psicólogo.

"O aborto deve ser uma escolha soberana, informada e autônoma das mulheres."


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