Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

'Nascida e criada' no campo, Ribeirão se fortalece no comércio

Depois da Segunda Guerra, total de estabelecimentos cresceu 74% no município num intervalo de 12 anos

Com 10º maior PIB de SP, Ribeirão viu 82% da riqueza gerada ser originada nos setores de comércio e serviços

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto nasceu no café e ganhou destaque no ciclo da cana-de-açúcar. Mas a expansão do comércio e dos serviços é o que faz com que ocupe, hoje, posição de destaque entre as cidades mais ricas de São Paulo.

Ribeirão é a décima cidade com maior PIB (Produto Interno Bruto) no Estado e a 31ª no país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2011 --último ano disponível.

Naquele ano, a riqueza produzida foi de R$ 18,4 bilhões. Serviços e comércio representaram 82% do total.

Foi ao longo do século 20 que Ribeirão Preto passou de uma pequena cidade agrícola para uma de porte médio, com importância nacional.

Renato Leite Marcondes, docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, apontou em estudo que a cidade teve "crescimento econômico e demográfico extraordinário".

O estudo foi feito em parceria com a também economista Juliana Garavazzo.

Segundo os dados, nos anos que compreenderam o período entre guerras (1927 a 1939) o município viu crescer a gama de produtos comercializados --passou a incluir, entre outros, ferragens, perfumaria e gasolina.

No entanto foi a partir da década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, que o número de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços teve expansão.

De acordo com o estudo, estes estabelecimentos atingiram, juntos, o número de 4.252 em 1962, ante os 2.443 existentes em 1950.

Já a variedade de estabelecimentos comerciais registrou 210 nomenclaturas distintas em 1962.

DIVERSIFICAÇÃO

Empresários passaram a exercer atividades de ocupações múltiplas. Antonio Diederichsen, por exemplo, teve loja e indústria.

Ao longo dos anos, Ribeirão se tornou polo comercial e de negócios na região.

A força que a cidade reúne pode ser mensurada, também, pela concentração atual de 185 agências bancárias --enquanto 43 cidades da região têm, juntas, 210 bancos.

"Ribeirão reúne forças centrípetas de atração que alcançam cidades em até 200 quilômetros", disse o economista Fred Guimarães, da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).

Segundo o economista, hoje as áreas de educação e saúde são fundamentais para o fortalecimento da cidade como polo de excelência.

Ele afirmou que a consolidação do comércio e dos serviços se fortalece à medida em que são alimentados por outros setores.

DISPARIDADES

"O fortalecimento e a disseminação da alimentação fora de casa criou um segmento de destaque na economia local, por exemplo", disse Guimarães.

E como será a contada a história de Ribeirão Preto deste início do século 21?

Para a professora Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, coordenadora de história do Centro Universitário Barão de Mauá, o foco será um imenso abismo social.

"Os belos prédios da avenida [Professor João] Fiúsa e a favela do Jardim Aeroporto talvez sejam o que melhor representa. Um legado de crescimento econômico que não reflete desenvolvimento sustentável e humano", disse.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página