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Administração

Cursos de gestão são os mais aceitos pelo mercado

Empresas dizem não ver muita diferença na modalidade de graduação escolhida por alunos de cursos como administração

RICARDO BUNDUKY DE SÃO PAULO

Os cursos de bacharelado em administração e tecnológico de gestão de recursos humanos estão entre as graduações a distância mais procuradas no Brasil, atrás apenas da licenciatura em pedagogia. Em 2012, segundo o MEC, foram registrados 75 mil ingressantes em administração e 40,8 mil em RH.

A Folha ouviu oito das maiores empresas de recrutamento profissional do país e a maioria delas indicou que os programas relacionados a áreas de gestão são os mais aceitos pelas empresas. Nesse segmento, afirmam, não há muita diferença em relação à modalidade de ensino.

Isso acontece porque para o aprendizado de administração não são necessários laboratórios ou atividades muito práticas, como acontece na área da saúde, por exemplo.

"Independentemente da vaga para a qual o candidato esteja concorrendo, o que está sendo avaliado é o conhecimento e competência técnica que ele adquiriu", diz Adriana Thomazinho, gerente nacional de recrutamento e seleção do Manpower Group. "A sua graduação só perderá validade caso não seja reconhecida pelo MEC."

Estudante do quarto semestre de administração a distância, Jonathan Nogueira, 23, diz não se sentir pressionado pela forma como as empresas enxergam esse tipo de programa.

"Mesmo informando ensino a distância' no currículo sou selecionado para diversas entrevistas", diz o jovem, que escolheu esse tipo de curso porque trabalha em dois empregos e aguarda o nascimento do filho.

Com a rotina apertada, ele diz estudar até pelo smartphone durante os trajetos que faz cotidianamente. "Passo os fins de semana em casa estudando", conta.

A disciplina que a modalidade exige e a necessidade de maior organização são alguns dos trunfos dos alunos que fazem faculdade sem ir à sala de aula.

Ao buscar emprego, os profissionais podem enfatizar características como a capacidade de aprender sozinho. "O dom de ser autodidata é para poucos, senão teríamos somente Steve Jobs nas organizações", diz Célio Pinto, sócio da consultoria Search.

Alguns recrutadores, porém, apontaram ainda haver resistência."O preconceito ainda existe porque temos que passar por uma cultura que construiu a ideia de que o aluno de ensino a distância não era qualificado", opina Rita Tarcia, diretora da Abed (associação do setor).

Caroline Braga, 31, que faz tecnológico em gestão de recursos humanos, vê outro benefício proporcionado pela modalidade: procurar empregos em outros Estados.

"Mando currículo para cidades nas quais gostaria de viver e coloco o endereço de uma amiga que me ofereceu para morar com ela", explica Braga, que diz já ter recebido ofertas de estágio no Rio.

Ela tem no currículo uma graduação em serviço social e MBA em recursos humanos, ambos presenciais, mas diz estar cursando a nova graduação porque sentia falta de conceitos básicos.

"Voltei para o mercado como estagiária e isso faz com que novas possibilidades se abram para mim, tanto como assistente, como auxiliar de analista", afirma.

Embora a graduação a distância tenha crescido em aceitação pelas organizações, as consultorias ouvidas pela reportagem concordam que os cursos de pós-graduação têm mais reconhecimento.

"Ela é acompanhada da experiência profissional do candidato, que muitas vezes é mais representativa do que a pós-graduação por si só. O profissional que fez a pós-graduação a distância na sua área de atuação consegue se destacar em relação a um rival que não fez pós nenhuma", diz Rodrigo Adissi, da MSA Recursos Humanos.


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