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Horas antes da morte, candidato festejava desempenho no 'JN'

Presidenciável atrasou voo a Santos para descansar um pouco, diz correligionário

DE BRASÍLIA DO RIO

A última manifestação pública de Eduardo Campos ocorreu na noite de terça-feira (12), horas antes de embarcar no voo rumo a São Paulo.

Após dar entrevistas ao "Jornal Nacional", da Globo, e ao "Jornal das Dez", da GloboNews, no Rio, chegou às 22h30 ao apartamento onde Marina Silva respondia ao vivo a perguntas de eleitores no site da campanha.

O clima mais descontraído lhe permitiu fazer piadas, uma delas em relação ao "JN". No telejornal, foi questionado sobre a campanha que fez, em 2011, para emplacar a mãe, Ana Arraes, no Tribunal de Contas da União.

"Uma parte desses 15 minutos é utilizada para as perguntas [incômodas] e aí você fica com sete minutos. Falar de tudo em sete minutos nem locutor de corrida de cavalos consegue", brincou.

"Demonstrou ter consciência do dever de prestar contas com serenidade e cordialidade", disse o âncora William Bonner sobre Campos, após o acidente.

MARINA

Questionado sobre por que escolheu Marina, citou Gandhi (1869-1948): "Não temos compromisso de discurso, é de vida. Gandhi dizia um negócio muito bom: melhor que fale por mim a minha vida do que as minhas palavras. A nossa vida, de quando a gente governou, sempre foi em torno disso que a gente prega hoje."

Em seguida, Campos foi comemorar o seu desempenho nas entrevistas no restaurante do hotel Sofitel, em Copacabana, com assessores, a mulher, Renata, e o filho caçula, Miguel, de seis meses.

Ele não se cabia em alegria, segundo os relatos. Considerou ter "ganhado" na entrevista ao "Jornal Nacional".

"Rapaz, foi bom, não foi?", indagou Pedro Valadares à Folha, por telefone, por volta da meia-noite, enquanto jantava ao lado do candidato. Ele também morreu.

Horas antes do "JN", disse à reportagem estar pronto.

Chegou a brincar: "Se Bonner ficar brabo, vou pedir para ele sentar no meu lugar e entrevisto ele, para ver como é difícil. Espero que ele não queira ser a bala que matou [a personagem de novela] Odete Roitman comigo", completou, sorrindo, reproduzindo expressão usada no Nordeste quando se quer dar dimensão de algo importante.

Além deles, estavam o assessor de imprensa, Carlos Percol, outra vítima do acidente, o coordenador de comunicação da campanha, Alon Feuerwerker, e o sobrinho Rodrigo Molina.

De madrugada, telefonou ao correligionário Márcio França (PSB-SP) pedindo que o representasse em evento de manhã em Santos, pois queria descansar um pouco mais.

Na manhã da quarta-feira (13), Campos tomou café com a família no hotel, antes de seguir para o aeroporto, onde embarcou para Santos às 9h21.


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