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Casa terá 198 novatos,entre eles parentes de políticos

Câmara terá no ano que vem o maior número de novos parlamentares desde 1998

Coalizão de Dilma perdeu 27 cadeiras, mas ainda soma 267; bloco vinculado a Aécio terá 128 deputados federais

AGUIRRE TALENTO GABRIELA GUERREIRO JOÃO CARLOS MAGALHÃES DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados terá em 2015 o maior número de novos parlamentares desde as eleições de 1998.

Foram eleitos no domingo um total de 198 deputados que nunca exerceram mandato na Casa, o que corresponde a 38,6% das 513 cadeiras de deputados federais.

Dentre eles aparecem nomes ligados a políticos tradicionais, a exemplo de Clarissa Garotinho (PR-RJ), filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR).

Na série histórica disponibilizada pela Casa, o último dado disponível se refere a 1998, quando os novos parlamentares representaram 35,7% do total. Até agora o recorde havia sido em 2006, com 37,6% de nomes novos.

A taxa de renovação da Câmara neste ano, porém, foi de 43,5%, porque inclui os 198 novos parlamentares e outros 25 que já exerceram mandato em outras legislaturas. Isso significa que 111 deputados não conseguiram se reeleger, entre os 290 que tentaram um novo mandato.

Os números foram calculados pela Câmara com base nas informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Todos os eleitos terão direito a salário mensal de R$ 26,7 mil, além de apartamento funcional, gastos ilimitados com telefone celular e verba para contratar assessores, entre outros benefícios. O mandato começa no dia 2 de fevereiro de 2015 e termina em 31 de janeiro de 2019.

Apesar do crescimento no número de novos deputados, muitos são parentes de políticos. Além de Clarissa Garotinho no Rio, São Paulo elegeu Eduardo Bolsonaro (PSC), filho do deputado Jair Bolsonaro (PSC), e Bruno Covas (PSDB), neto do ex-governador Mário Covas.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), elegeu o filho Arthur Bisneto (PSDB), que era deputado estadual. Na Paraíba, foram eleitos Pedro Cunha Lima (PSDB) e Veneziano (PMDB), respectivamente filho do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e irmão do senador Vital do Rêgo (PMDB) --os dois mais votados do Estado.

O filho do ministro Garibaldi Alves (Previdência), Walter Alves (PMDB), também foi eleito para a Câmara.

Entre os reeleitos, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) é o deputado mais antigo na Casa, somando o total de dez mandatos. O mais novo será Uldurico Junior (PTC-BA), de 22 anos, agricultor.

Também há nomes novos na política, como Andres Sanchez (PT-SP) e o cantor sertanejo Sérgio Reis (PRB).

Os partidos que apoiam a presidente Dilma Rousseff perderam 27 cadeiras. O número a partir de 2015 será de 267 deputados.

Essa queda pode criar dificuldades para a aprovação de projetos do interesse do governo caso Dilma seja reeleita. Para aprovar um projeto de lei, são necessários 257 votos. Para a aprovação de emendas constitucionais, são necessários 308 votos.

Em um eventual governo, Aécio Neves (PSDB) teria mais dificuldades ainda. Seus partidos aliados aumentaram em nove cadeiras a presença na Casa, mas a soma chega a 128 deputados federais. No Senado, a oposição também só terá 24 das 81 cadeiras, incluindo a bancada do PSB.

Com o resultado da eleição, porém, é comum que as legendas negociem novas alianças com o candidato vitorioso, possivelmente aumentando sua base de apoio.

A divisão das bancadas estaduais da Câmara é proporcional à população de cada Estado, o que leva São Paulo a ter o maior número de deputados: 70 no total. Minas Gerais tem a segunda maior bancada, com 53 deputados, seguida pelo Rio de Janeiro, com 46 representantes.

Os resultados de domingo alterarão a representação de setores na Câmara. Os ruralistas, que compõem um dos grupos mais poderosos da Casa, estimam que sua representação aumentará.

A Frente Parlamentar da Agropecuária calcula que o número de deputados que a integram passará de 190 para cerca de 210, e que seu núcleo duro aumentará de 60 para 70 deputados federais.


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