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Análise

Novo PC terá caminho mais difícil para obter legitimidade

KERRY BROWN ESPECIAL PARA A FOLHA

A sucessão de liderança em Pequim é importante por dois motivos.

O primeiro é que a liderança que será instalada no poder como resultado do Congresso do Partido Comunista estará no poder pelos próximos cinco ou dez anos.

O segundo é que o processo de sucessão será importante para o futuro do partido.

Essa é a primeira vez que uma transição acontece sem a influência da poderosa geração anterior de líderes do partido, os homens que cercavam Deng Xiaoping.

Foram eles que transferiram o poder primeiro a Jiang Zemin e depois a Hu Jintao. Mas, para os sucessores que chegam ao poder agora, já não existe esse caminho para a legitimidade.

Eles precisam demonstrar por meio do processo, e apenas dele, sua capacidade de governar.

Pelos últimos 33 anos, desde que começou o processo de reforma e abertura, a função primordial do partido vem sendo a de promover o desenvolvimento econômico.

Para os novos líderes, os principais indicadores serão sociopolíticos e mais complexos: criar um Estado de Direito, enfrentar as desigualdades sociais e permitir mais espaço para que organizações não governamentais atuem.

As expectativas do povo sobre que forma tomará sua participação no processo decisório certamente mudarão.

O cerne do processo estará na maneira pela qual o partido passará a prestar contas. No momento, ele estabelece suas próprias normas e o padrão sob o qual seu desempenho será julgado.

Existem questões quanto à sua competência para tanto, à medida que a China se torna uma economia mais moderna e complexa e sua sociedade muda.

Essa transição de liderança está ocorrendo em um momento no qual a sociedade chinesa jamais foi tão complicada. O site de mídia social Weibo mostra o quanto as opiniões sobre o futuro do país são complexas.

A nova liderança não poderá adotar os mesmos modos imperiosos de seus predecessores. Precisará encontrar maneiras mais diretas e pessoais de manter contato com o povo. Precisará, ainda, participar de processos de engajamento e persuasão da sociedade de modos inéditos.

Embora na superfície pareça existir controle, abaixo dela estamos vendo uma sociedade que passa por mudanças radicais e tem escolhas estratégicas a fazer.


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