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Sobram vagas no programa Ciência sem Fronteiras

Concorrência com empresas e falta de pesquisadores prejudicam o programa do governo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em novembro do ano passado, o engenheiro Leonardo Rocha de Oliveira, 47, deixou Porto Alegre para fazer pós-doutorado na Suécia. Doutor em tecnologia da informação, foi um dos 21 mil bolsistas do Ciência sem Fronteiras, programa federal lançado para impulsionar a qualificação de mão de obra.

As vagas são muitas, e estão sobrando. Ao todo, 101 mil bolsas especificamente para as áreas tecnológicas e biomédicas serão distribuídas até 2015, sendo mais da metade voltada para a continuidade dos estudos de mestres e doutores.

O objetivo, segundo Geraldo Nunes Sobrinho, coordenador do programa na Capes, é munir o mercado interno de profissionais de ponta, alavancando a inovação nas empresas e a competitividade do país.

"O setor produtivo brasileiro não tem se apropriado adequadamente da mão de obra para melhorar seus processos produtivos. A maioria de nossos doutores atua nas universidades, e não nas empresas", afirma o gestor.

Em 2012, porém, apenas 80% da meta anual do programa foi alcançada.

A falta de pesquisadores se alia à alta demanda do setor privado por profissionais ligados às áreas prioritárias do programa. Com a oferta de salários generosos, os candidatos acabam deixando os estudos de lado e optam por não ingressar em cursos de doutorado, aponta Sobrinho.

Esse cenário é agravado pela alta deficiência dos brasileiros em língua estrangeira, o que os desclassifica em boa parte dos editais.

Uma das soluções para equalizar a necessidade das empresas e o interesse do governo foi a formação de parcerias, o que tornou o setor privado responsável por 26 mil bolsas do programa.

Para Sobrinho, o retorno desses doutores e a entrada deles no mercado empresarial será apenas uma questão de tempo. "Ou as empresas contratam ou vão perder mercado. Sem inovação não sairemos da mesmice de exportar matéria-prima."

Em alguns locais do país, esse encontro entre a academia e o meio corporativo já pode ser visto (veja na página 38). O bolsista Leonardo Oliveira é professor da PUC-RS e, além de desenvolver pesquisas, já atuou como consultor e orientador em treinamentos empresariais.

"A vida acadêmica hoje está extremamente ligada às empresas. Várias estão dentro das universidades. Para áreas de tecnologia não existe mais a possibilidade dessa separação", disse.

O valor básico da bolsa do Ciência sem Fronteiras é de US$ 1.300 (R$ 2.652), além de outros benefícios.

Informações estão disponíveis no site do programa: www.cienciasemfronteiras.gov.br.


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