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Schirmer e Tarso divergem sobre tragédia
FELIPE BÄCHTOLD ENVIADO ESPECIAL A SANTA MARIAO jogo de empurra entre prefeitura e governo do Rio Grande do Sul sobre responsabilidades na tragédia de Santa Maria revelou a tensão política existente entre dois velhos adversários.
O governador Tarso Genro (PT) e o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) construíram carreiras em Santa Maria e estão em lados opostos no xadrez político gaúcho.
O PMDB lidera a oposição no Rio Grande do Sul e derrotou os petistas na cidade nas eleições de 2012.
Os dois lados têm oferecido visões divergentes sobre a autorização para funcionamento da boate Kiss.
Na segunda-feira, ainda no ginásio em que corpos estavam sendo velados, Tarso afirmou que "alvará só quem emite é a prefeitura".
"Ninguém mais emite alvará, autoriza o funcionamento dessas casas. Em todos os lugares do país, seja em Porto Alegre, Santa Maria ou Rio de Janeiro", disse.
Anteontem, o petista afirmou que foi "completamente errado" dizer que a casa noturna tinha condições de funcionar.
A prefeitura afirma que agiu conforme a lei e que os Bombeiros, subordinado ao governador, deveriam fiscalizar, por exemplo, o número de clientes no local.
O prefeito afirmou estar "com a consciência tranquila" sobre a responsabilidade do município.
Sobre a possibilidade de responsabilização de autoridades públicas, Schirmer, disse que "quem fizer exploração política" ficará mal perante a população. Também nega que exista "estresse" em relação ao governador.
A jornalistas, ontem, ele também exibiu dados de repasses do município a um fundo que auxilia o custeio dos bombeiros na localidade -R$ 725 mil em 2012.
Ele está na prefeitura pela segunda vez e já foi deputado estadual e federal.
Tarso ocupou seu primeiro cargo público na cidade, como vereador. Ambos estudaram direito na Universidade Federal de Santa Maria.
