|
|
Voluntário tem hora
fixa para ajudar
da Equipe de Trainees
Ao chegar à AACD (Associação de Assistência
à Criança Defeituosa), a primeira atitude de Magda de Jesus,
48, é assinar o livro de ponto. E ela não é funcionária,
mas voluntária da instituição.
Formada em pedagogia, Magda começou o trabalho voluntário
na entidade há oito anos, no setor escolar. Depois, foi cuidar
de eventos _organizava feiras e festas para a AACD.
Moacyr Lopes
Junior/Folha Imagem
|
|
Magda de Jesus,
voluntária da AACD, assina o livro de ponto quando
chega à entidade
|
Hoje, ela é presidente do voluntariado da organização.
Apesar do cargo, segue as mesmas regras que os cerca de 700 voluntários
da instituição: assina livro de ponto, usa crachá
e uniforme.
Uma diferença entre ela e os demais voluntários é
que, enquanto eles ficam em média seis horas por semana na entidade,
ela fica a semana toda.
Fora da AACD, Magda presta, eventualmente, assessoria a políticos,
eventos e cerimoniais. Usa essa experiência no trabalho voluntário
à instituição.
Mas ela é uma exceção. Na AACD, ao contrário
do que acontece em outras instituições, o voluntário
não doa sua especialização profissional. A instituição
procura colocar seus voluntários em áreas diferentes daquelas
em que eles trabalham no dia-a-dia.
Não é o caso do Programa Adotei um Sorriso, da Fundação
Abrinq pelos Direitos da Criança. Nele, a experiência profissional
é fundamental para o voluntário. Só participam do
programa dentistas. Cada um cuida da saúde bucal de uma criança
carente até que ela complete 18 anos.
Segundo Fábio Bibancos, diretor nacional do programa, já
são 1.173 dentistas (incluindo ele próprio) cuidando de
crianças em 40 municípios brasileiros.
Bibancos trabalha também em clínica própria como
ortodontista e odontopediatra. Sou dentista e o melhor que eu posso
fazer não é pintar parede. É ser dentista.
A ginecologista Ana Eugênia de Azevedo Gléria, 46, também
doa trabalho. Durante quatro horas por semana _toda quarta-feira de manhã_,
presta assistência à instituição Casas de Betânia,
que cuida de crianças de três meses a 12 anos, em Ribeirão
Preto (319 km ao norte de SP).
Gléria tem seu próprio consultório e, como voluntária,
atende na instituição às mães das crianças
e mulheres da comunidade local, há mais de 20 anos.
Em outra entidade, a Associação Viva e Deixe Viver, que
leva contadores de histórias para crianças internadas em
hospitais, só há voluntários.
Aqueles que cuidam da administração da entidade, chamados
de fazedores de história, usam sua experiência
profissional no trabalho doado. É o caso de Claudia Santoro, 35,
responsável pela área de comunicação da entidade.
Ela faz a estruturação de projetos e capta recursos para
a instituição.
Formada em propaganda e publicidade, Santoro tem uma empresa de assessoria
de comunicação, onde planeja e produz eventos. Trato
a associação como se fosse mais um cliente da minha empresa.
(BM)
|