São Paulo, sábado, 18 de setembro de 1999


 


Atendidos cobram boa
prestação de serviços


da Equipe de Trainees

Quando algum voluntário da Associação Comunitária Monte Azul falta, as crianças reclamam. É por isso que as cerca de 50 pessoas que trabalham de graça na entidade têm horários fixos como se estivessem em uma empresa.
A forma como a Monte Azul (que atua nas áreas de educação, saúde e cultura na zona sul de São Paulo) se organiza afeta diretamente o serviço que presta. A instituição já chegou a receber assessoria da Fundação Getúlio Vargas para elaborar um planejamento estratégico.

Niels Andreas/Folha Imagem
Crianças da Apae recebem ajuda
de duas voluntárias


Não é à toa que a dona-de-casa Marluce de Almeida Lourenço, 35, pega um ônibus cada vez que precisa levar o filho ao médico. Ela poderia levá-lo ao pronto-socorro da rede pública que fica ao lado de sua casa, mas prefere o ambulatório da Associação Monte Azul.
“A gente não espera muito na fila e a consulta dura pelo menos meia hora.”
É o eficiente atendimento de uma organização profissional que também faz José Eduardo Pereira, 49, deixar seu filho na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
“Trabalho em hospital público e percebo a diferença. Na Apae, os profissionais tratam a criança com respeito.”
Os voluntários fazem cursos de treinamento e reciclagem para aprender a lidar com os portadores de deficiência. “Eles me ensinaram a dar limites para minha filha”, afirma a dona-de-casa Maria Lucrécia, 47.

Daniel Guimarães/Folha Imagem
Jovens fazem curso de
panificação na ASA


Essa é outra posição de entidades profissionais: não superproteger a pessoa atendida e delegar a ela responsabilidades.
A ASA (Associação Santo Agostinho), por exemplo, que oferece curso de panificação e confeitaria para jovens carentes, não se restringe a ensinar as técnicas da profissão.
Os alunos, que têm aula de cidadania, fazem o próprio almoço e o lanche de crianças e idosos atendidos pela entidade.
Viviane Corrêa, 21, uma das alunas, ressalta a responsabilidade: “Se der errado, eles reclamam”. (BM e AI)


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