Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Edgard Alves

O desafio de pedalar

Ciclismo brasileiro nunca foi ao pódio olímpico, enquanto nas ruas é protagonista de tragédias

O ciclismo tem ocupado a mídia nos últimos tempos. Infelizmente, relatando atropelamentos e mortes. No país da próxima Olimpíada, nada se fala sobre o ciclismo de competição. É pontual destacar que o Brasil nunca subiu ao pódio num evento olímpico. Em contrapartida, quando se trata de tragédias, é concreto que navega entre os maiorais.

Só em São Paulo, recentemente, dois casos chamaram a atenção. Na última quinta, Renata Minerbo Strengerowski, 25, sofreu escoriações ao ter sua bicicleta motorizada atingida por um ônibus.

Dias antes, David Santos Sousa, 21, foi atropelado na avenida Paulista e teve um braço decepado.

O ciclista contou que cinco meses atrás havia sofrido outro acidente, na esquina de casa, na divisa com Diadema (Grande São Paulo).

Nenhum dos casos teve a ver com ciclismo de competição, pois as bicicletas eram utilizadas como meio de transporte, lazer ou trabalho.

Essas condições não tornam os acidentes mais ou menos graves. Simplesmente, mostram que alguma coisa precisa ser feita para que o ciclista, em qualquer situação, conte com segurança no trânsito.

O ciclismo esportivo também costuma ser alvo dessa violência. Semanas atrás, Clemilda Fernandes, 33, bronze na prova contrarrelógio no Pan-2007, foi parar na UTI de um hospital de Goiânia após ser atingida por um caminhão, cujo motorista fugiu sem prestar socorro, na rodovia BR-153, mais conhecida como Belém-Brasília.

Sofreu corte profundo na cabeça e escoriações pelo corpo. Clemilda disputou as Olimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012 e é a brasileira mais bem posicionada no ranking mundial (30ª).

No exterior, acidentes também ocorrem. Bradley Wiggins, 32, chocou-se com um carro e fraturou algumas costelas quando andava de bicicleta perto de sua casa, em Lancashire, na Inglaterra.

Maior medalhista olímpico britânico (sete), vencedor da última edição da Volta da França e da prova contrarrelógio em Londres-2012, o ciclista foi hospitalizado.

Na Espanha, país com tradição em provas ciclísticas, Víctor Cabedo, 23, morreu ao ser atropelado por um carro enquanto treinava.

Recentemente, Burry Stander, 25, quinto colocado no cross-country em Londres 2012, morreu, vítima de um micro-ônibus na África do Sul.

Lá mesmo, na região da Cidade do Cabo, na última segunda-feira, o imponderável: o australiano Robert Mennen fraturou a clavícula quando um antílope invadiu a pista e colidiu com sua bicicleta.

Medidas práticas das autoridades competentes, como áreas de proteção, são essenciais para a segurança dos ciclistas, dentro e fora das cidades. O fundamental, no entanto, é uma campanha educativa, envolvendo toda a população.

Seria uma vitória da cidadania, e do ciclismo em geral.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página