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Jogos não melhoraram nada, diz ícone da Rio-16

2016 Bárbara Leôncio, que fez Lula chorar, diz que esperava mais apoio

FÁBIO SEIXAS DO RIO

Aos 15, na República Tcheca, ela foi campeã mundial e ganhou status de maior promessa do atletismo brasileiro. Aos 17, na Dinamarca virou estrela da vitoriosa candidatura a 2016 e fez Lula chorar. Aos 21, em Sulacap, zona oeste do Rio, tenta recomeçar após uma série de fracassos.

E diz, com tom de decepção: "A Olimpíada não melhorou nada. Mas faltam três anos e não aconteceu nada".

Com a exceção do sorriso escancarado, a Bárbara Leôncio de hoje pouco lembra as duas versões anteriores.

Não é mais a adolescente franzina que conquistou o ouro nos 200 m no Mundial juvenil de Ostrava, em 2007.

Ganhou músculos e colocou silicone, 300 ml em cada seio. Também diz não ser mais a esperançosa cabo eleitoral de Copenhague (2009).

Na apresentação final da candidatura carioca aos membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), ela foi colocada ao lado de Lula. Um vídeo de 42 segundos mostrando sua rotina numa área humilde de Curicica, zona oeste carioca, arrancou lágrimas do ex-presidente.

A Bárbara de 2013, ao ser fotografada, oculta o logotipo do Time Rio na camiseta velha que usa para treinar. "Se acabou, acabou", fala, sobre o programa da prefeitura e do Comitê Olímpico Brasileiro de apoio a atletas.

A parceria foi encerrada em dezembro passado, mas ela já havia sido desligada em abril, quando não se classificou para os Jogos de Londres.

Teria sido zebra. Bárbara não corre fora do país desde 2010. A última vez em que disputou os 200 m num evento de destaque foi no Troféu Brasil de 2011 em São Paulo.

Fez 23s70, 0s20 mais lenta do que seu tempo no Mundial juvenil, quatro anos antes.

"É uma pena. Essa menina desviou do caminho, não teve cabeça. Ganhou algum dinheiro, se deslumbrou, colocou silicone. E não dá para ser velocista com aquilo", afirma Carlos Alberto Lancetta, presidente da Farj.

"Ela virou musa da candidatura do Rio, colocou silicone... Isso não existe, é maluquice", diz Paulo Servo Costa, treinador que a revelou.

Bárbara rebate. Diz ainda sofrer reflexos da cirurgia no joelho esquerdo, em 2010, além de ter contraído dengue e pneumonia em 2012.

Sobre o silicone, refuta interferência nos resultados: "Eu pesquisei com vários médicos, fiz nas férias, descansei. Nunca me atrapalhou".

Além do Time Rio, perdeu apoio da Olympikus e da BR Foods. Precisa comprar tênis para treinar. Ganha salário da equipe que integra -"tem lanche"- e um soldo do Exército, ao qual foi incorporada para os Jogos Militares-11. Lamenta a chance perdida.

"Todos os países que recebem Olimpíada montam anos antes uma estrutura fortíssima para os atletas e conquistam medalhas como nunca. Aqui, dois meses antes vão querer fazer alguma coisa e não vai adiantar", afirma.


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