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Paulo Vinícius Coelho

Plano de carreira

A ambição de Gilson Kleina tem limite. A falta de ambição do Palmeiras também

Gilson Kleina não foi o primeiro técnico brasileiro a receber proposta de redução salarial neste ano. Em fevereiro, o Flamengo tentou fazer o mesmo com Dorival Júnior. A diferença são os números. A diminuição de 40% ainda deixaria Dorival acima dos R$ 400 mil mensais.

Dorival Júnior não aceitou. Ficou desempregado entre março e julho, quando aceitou receber no Vasco exatamente o valor proposto pelo Flamengo.

Há diferenças entre o caso rubro-negro e a proposta de redução salarial do Palmeiras a Gilson Kleina. Uma delas é o preço.

O Flamengo podia contratar técnicos de peso, como Mano Menezes, com o que pretendia pagar a Dorival Júnior. Não há bons técnicos empregados em grandes clubes do Brasil por menos de R$ 200 mil.

O Palmeiras oferece a Kleina menos do que o Vitória paga a Ney Franco e o mesmo que o Atlético-PR dá a Vágner Mancini.

Há duas leituras desses números:

1 - O Palmeiras não contrata ninguém por esse salário se não renovar com Gilson Kleina.

2 - Kleina arrumará emprego para receber o mesmo salário em clubes menores, com menos pressão.

A dúvida é se o mercado para Kleina já se abriu em clubes grandes como Santos, Fluminense e Botafogo. É mais provável ter emprego em times médios como Vitória e Coritiba. Nesse caso, Kleina terá de receber o que o Palmeiras oferece, em outro lugar, como aconteceu com Dorival Júnior.

Poderá se olhar no espelho e sentir orgulho de si mesmo. Ou se arrepender por não lutar por títulos nacionais, projeção que o Palmeiras oferece.

Oferece?

O Palmeiras não propôs redução salarial a Kleina para forçá-lo a pedir demissão. Fez por julgar que seu valor de mercado está mais próximo do valor proposto, entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Não é mentira.

Sem a redução, Kleina está na faixa salarial de Ney Franco, campeão da Copa do Brasil pelo Flamengo e da Sul-Americana pelo São Paulo.

A ambição de Kleina tem limite. A falta de ambição do Palmeiras também. Kleina pode aceitar a diminuição salarial, ser campeão no Palmeiras e multiplicar seus ganhos com prêmios e novas propostas de trabalho. Tirando o orgulho ferido, a decisão parece certa por R$ 150 mil mensais --ou um pouco mais.

Hoje, o Flamengo aposta em Jayme de Almeida e anuncia que lhe proporcionará cursos e estágios. "Não basta contratá-lo. Tenho de capacitá-lo", diz o vice de futebol do Fla, Wallim Vasconcelos, explicando como pretende fugir do círculo fechado dos megassalários. O caso de Jayme pode se revelar visão estratégica do Flamengo ou apenas sorte, dependendo do que a história contar daqui a alguns meses.

No caso do Palmeiras, o preço mais caro é passar mais alguns anos sem ser campeão.


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