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PVC na Copa
A vaia e a guerra
A torcida dividida nunca será um trauma aqui como foi para sérvios e croatas
A frase é do esloveno Katanec, lateral campeão italiano pela Sampdoria com Toninho Cerezo: "Se o país não tivesse sido dissolvido, nós seríamos campeões mundiais." Está no livro "Behind the Curtains", retrato do futebol na Cortina de Ferro, do jornalista inglês Jonathan Wilson.
Dois anos antes da dissolução da Iugoslávia, a geração de croatas e sérvios perdeu nos pênaltis para a Argentina, nas quartas de final da Copa-90. Técnico da Sérvia hoje, Drulovic jogava.
Em 1987, a Iugoslávia foi campeã mundial sub-20 no Chile. Eram oito sérvios, seis croatas, dois bósnios e dois montenegrinos. Prosinecki, Boban, Jarni, Suker e Stimac eram daquele time e foram semifinalistas da Copa-98 pela Croácia. Os sérvios Brnovic e Mijatovic --vencedor da Liga dos Campeões pelo Real Madrid-- também eram. Na França, foram às oitavas de final pela Iugoslávia que restava. Mihajlovic e Jugovic não ganharam o Mundial sub-20, porque seus clubes não os liberaram. Foi o caso de Savicevic, montenegrino, mas jogador da seleção da Iugoslávia na França, em 1998.
Adversária do Brasil nesta sexta (6), a Sérvia reproduz diversas características da Croácia, rival na Copa. O mesmo sistema tático, a mesma qualidade de passe e o estilo refinado que fez a Iugoslávia ser apelidada de o Brasil da Europa. Poderia ser o mesmo time.
Para o Brasil, o teste de hoje é ótimo! Matic e Ivanovic jogam pelo Chelsea, Markovic, no Benfica, Kolarov, no Manchester City. Nas eliminatórias, a Sérvia ficou três pontos atrás da Croácia de Modric e Mandzukic.
A soma das duas seleções ainda dá um timaço!
Um símbolo da separação é o meia Stankovic. Em 12 anos, disputou três Copas por três nações distintas --Iugoslávia, Sérvia e Montenegro, Sérvia.
As vaias da torcida paulista podem atrapalhar. Mas a torcida dividida nunca será um trauma aqui como foi para sérvios e croatas.
