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'Euforia tomou conta das ruas da capital', relata costa-riquenha
KARLA ARIAS ALVARADO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SAN JOSÉÉ como se tivéssemos vencido o Mundial. Nos diziam que estávamos no grupo da morte e fomos nós quem o converteu em grupo da morte.
A agência Bloomberg apontara a Costa Rica como um dos países com menos chance de ganhar. Aqui, um país de menos de 5 milhões de habitantes, todos falavam disso. Mas as pessoas diziam: o que nos falta em habilidade nos sobra em valentia.
Nesta sexta-feira (20) se completam exatos 24 anos da vitória da Costa Rica sobre a Suécia, de virada, por 2 a 1, na Copa da Itália, em 1990.
Naquela época, todo mundo via aquilo como impossível. Mas a coincidência de datas fez com que chegássemos com muita esperança para a partida. Se fizemos isso na Itália, por que não no Brasil?
Há um filme passando nos cinemas daqui, que se chama "Itália 90" e narra a façanha dos ticos naquela Copa. Isso contribuiu muito para aumentar a esperança do país.
Quando caímos no "grupo da morte", havia medo, mas também confiança no técnico Jorge Luis Pinto. Sabíamos que as outras equipes chegariam com confiança excessiva e que seria difícil, mas tínhamos fé. A vitória contra o Uruguai nos deu esperança.
Passamos dias escutando como nos depreciavam. Mourinho nos depreciou. Balottelli disse que era incapaz de mencionar um único jogador da Costa Rica. E aqui estamos.
Euforia é a única palavra neste momento que pode definir o que está acontecendo no país. Logo depois do jogo, os Ticos saíram às ruas.
Já não cabe mais gente na fonte da Hispanidade, ponto de comemoração em San José, a capital do país. Há milhares de pessoas, em quantidade ainda não estimada.
O presidente Luis Guillermo Solís Rivera estava no meio da multidão, sem guarda-costas. Somos um país pacífico e estamos ficando loucos.
Muitas lojas estão fechando para que os funcionários possam festejar. Os que estão no Brasil estão negociando com agências de viagem para estender a permanência.
E as manchetes dizem: "Hoje somos os campeões do mundo". Só se pode comparar com 1990. Todos dizem que é melhor seleção que já tivemos.
De todos os cantos chegam imagens de costa-riquenhos que vivem no exterior. Todos choram. Todos sonham em viver esse momento histórico.