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Franz Becknbauer

O ritmo não para na Copa no Brasil

O Brasil é muito dependente das individualidades, e a Alemanha precisa correr mais

Depois da fase de grupos, elogiei a rapidez, a valentia e a ofensividade das seleções, mas previ que nas oitavas prevaleceria a tática.

Talvez tenha acontecido com algumas equipes, mas e todas as demais? O ritmo vertiginoso e a estratégia ofensiva persistiram. Partidas decidiram-se nos minutos finais. Cinco das oito foram à prorrogação! Duas para a decisão por pênaltis.

Nas Copas anteriores, as oitavas separaram o joio do trigo. Hoje, países como Costa Rica e Colômbia avançaram às quartas admiravelmente. As seleções latino-americanas se prepararam intensamente. Tanto que até o Brasil, dominante, venceu o Chile nos pênaltis e agora precisa respeitar a Colômbia. O Brasil vive da individualidade de seus jogadores. Mas, para ser campeão, é o coletivo que tem papel decisivo. O entusiasmo da torcida continua enorme, mas os brasileiros precisam melhorar para vencer --e desde que James Rodríguez não volte com a magia que demonstrou contra o Uruguai.

Para a Alemanha, as oitavas também foram muito incômodas. Diante da França, é correr mais e ter mais posse de bola. As saídas do goleiro Neuer contra a Argélia estão sendo descritas por jornalistas como uma combinação do goleiro alemão Sepp Maier e eu, na Copa de 1974. Querem dizer que Neuer fez renascer o líbero. Eu prefiro assim: Neuer é um excelente defensor de sobra. Mas não um líbero, pois essa tarefa também significa atacar. Oliver Kahn, melhor jogador da Copa de 2002, classificou as ações como um tipo de haraquiri.

Ainda que a França pareça mais forte que a Argélia, creio que a Alemanha terá mais facilidade nas quartas. Porque conhece a França e porque os jogadores estarão mais centrados do que nas partidas anteriores.

Seria admissível chorar pelos mexicanos, fortes e surpreendentes. Eles tiveram azar, perdendo de virada para a Holanda nos minutos finais. Agora, os holandeses, que estão jogando um futebol jovem, eficiente e racional, devem passar pela Costa Rica.

Também valeria chorar pela Suíça. A equipe de Ottmar Hitzfeld jogou bem e lutou de maneira fantástica na última partida do grande treinador. E estiveram perto de bater os argentinos, conseguiram controlar Messi. Sofrer um gol aos 13 minutos do segundo tempo de uma prorrogação dói muito, e a Suíça não teve sorte quando logo em seguida a bola parou na trave da Argentina --e na Copa precisa ter sorte. É certo que ver a Suíça nas quartas teria sido uma sensação, e me agradaria que isso acontecesse para Ottmar, pois teria adiado um pouco a sua aposentadoria.

As lágrimas finais ficam para o jogo dos Estados Unidos. Foi uma grande batalha a que disputaram contra a seleção belga, uma equipe de grande qualidade técnica. No final, os norte-americanos saíram derrotados por 2 a 1, mas o treinador Jürgen Klinsmann conseguiu que o país do futebol americano e do basquete se interessasse pelo futebol. O que inclui o presidente Barack Obama.


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