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Preconceito faz corintiano desistir de jogo

RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

Jayme Borges, 33, pensou em ir ao Itaquerão apoiar o Corinthians diante do São Paulo neste domingo (21). Desejava conhecer a nova casa de seu clube, mas desistiu. O motivo? As provocações homofóbicas entre as torcidas.

O jornalista assume que é "corintiano e sofredor". Também é homossexual e namora há dois anos um economista santista.

"Tenho deixado de ir justamente por causa das provocações. Não quero ouvir desaforo. Corinthians x São Paulo tem xingamento, discussão, briga e preconceito", diz.

Borges se sente desrespeitado pelas manifestações dos adversários, mas também pelas dos companheiros de arquibancada, com quem divide a paixão pelo Corinthians.

O jornalista lamenta que o preconceito aos gays seja comum no futebol. Lamenta também quando ele é reproduzido nas arquibancadas por outros gays.

"Vejo a torcida do Corinthians chamar são-paulino de bambi', alguns que fazem isso até são gays. Um gay ofender outro dessa forma é quase como um negro xingar um semelhante de macaco", afirma.

Borges também vê o preconceito como o principal responsável para que o tema seja um tabu no futebol. "Conheço muitos manos' da Gaviões da Fiel que são gays, mas que evitam se expressar por medo."

O corintiano aprovou quando o clube divulgou um manifesto à torcida pedindo fim do grito de "bicha" para os rivais. "Isso só estimula o preconceito."

Também acha correto a Justiça desportiva punir torcedores que cometam atos discriminatórios. Mas discorda da exclusão do Grêmio da Copa do Brasil por ofensas racistas de torcedores contra o goleiro Aranha, do Santos.

"Punir o clube não vai dar exemplo. A pena tem de ser ao indivíduo, e o preconceito deve ser combatido com investimento na educação", completa.


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