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Paulo Vinícius Coelho
Clássico em casa
Itaquera ainda não parece um lugar onde o Corinthians seja imbatível; e o São Paulo precisa vencer
Kaká diz contar as horas para enfrentar o Corinthians. O seu último clássico aconteceu em junho de 2003. O palco foi o Morumbi, mas o mando era corintiano.
No início da década passada, era bem difícil para o São Paulo enfrentar seu maior rival.
Kaká ganhou três, empatou três e perdeu três vezes, mas as vitórias foram irrelevantes se comparadas às derrotas na semifinal da Copa do Brasil de 2002 e nas decisões do Rio-São Paulo de 2002 e do Paulistão de 2003.
Diretor de futebol da época, Antônio Roque Citadini chamava o Morumbi de Salão Para Festas Corintianas (SPFC). Era quase campo neutro, com torcidas dividindo o espaço igualmente.
Três meses depois de seu último Corinthians x São Paulo, Kaká estreou no dérbi de Milão. Inter x Milan sempre jogam em San Siro, mas com maioria de torcedores do clube mandante. Na estréia, Kaká era visitante como será hoje, fez um gol e o Milan venceu por 3 x 1.
O primeiro clássico espanhol de Kaká pelo Real Madrid também foi no estádio do rival. Perdeu por 1 x 0 para o Barcelona, com um gol de Ibrahimovic.
Hoje, Kaká e o São Paulo estreiam em Itaquera e precisam vencer.
Nesta época de clássicos com torcida do mandante, o Cruzeiro não perdeu do Atlético. São três vitórias e um empate no novo Mineirão, oito gols cruzeirenses e apenas três atleticanos.
Contando os últimos clássicos no Mineirão neutro, antes da reforma, a vantagem celeste é mais impressionante. São 15 jogos sem triunfo do Galo, três empates e doze derrotas. Quando o Atlético ganhou a última, 3 x 0 no Brasileirão de 2009, Adílson Batista escalou reservas no Cruzeiro.
Kaká saiu de um Brasil e voltou para outro. Não há mais clássico neutro, exceto no Maracanã de Fla-Flu.
Agora, Kaká jogará clássicos na casa do rival, como fazia na nos tempos de futebol europeu. Diferente de Corinthians x Palmeiras que jogaram cada um no seu campo até a inauguração do Pacaembu, são-paulinos e corintianos começam hoje esta fase.
Antes de 1940, o Corinthians mandava seus clássicos na Fazendinha, mas o São Paulo era o clube sem estádio e sem história.
Itaquera não é ainda um campo invulnerável. O Figueirense ganhou lá, Chapecoense e Bahia empataram. Com cinco vitórias em oito partidas, o estádio alvinegro ainda não parece um lugar onde o Corinthians seja imbatível.
Para o São Paulo, nem o Pacaembu parecia. Os dois últimos clássicos de mando corintiano no estádio municipal registraram uma vitória tricolor e um empate.
Ganhar hoje em Itaquera é fundamental para o São Paulo. Também é para o campeonato, porque o Corinthians não dá a menor pista de poder perseguir a liderança.
O Cruzeiro ganhou todas no Mineirão neste Brasileiro e há cinco anos não perde do Atlético com mando de campo.