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Edgard Alves

Contabilidade

Sem a Petrobras e com uma dívida enorme, o handebol desabrocha, mas o maior desafio está fora de quadra

O ESPORTE olímpico do Brasil tem recebido farta verba governamental, mas parece desorientado nos seus gastos. Pelo menos é o que acontece com o handebol, em que a confederação nacional da modalidade (CBHb) se meteu numa enrascada de arrepiar os cabelos.

Assumiu a realização do Mundial feminino, em dezembro do ano passado, em São Paulo, gastou o que não tinha e agora sofre as consequências. A principal delas, o risco de ficar alijada das competições internacionais. Um vexame para o país que tem o compromisso de organizar a Olimpíada-2016 e, dentro de dois anos, a Copa do Mundo de futebol.

O tal Mundial deveria acontecer em Santa Catarina, que desistiu do compromisso, transferido para São Paulo, que assumiu apenas a cessão de ginásios. Por isso, a CBHb apelou à IHF (a federação internacional). O empréstimo e outras pendências atingem o montante de 3,365 milhões de francos suíços (cerca de R$ 7,2 milhões).

Cansada de cobrar, a entidade ameaça punir o Brasil, privando-o de eventos, o mais próximo, e importante, o Mundial masculino, em janeiro, na Espanha.

O handebol do Brasil experimenta evolução e começa a se destacar no plano internacional. Na recente Olimpíada de Londres, o time feminino terminou como sexto colocado, perdendo a chance de uma posição mais destacada ao cruzar com a Noruega, a bicampeã, nas quartas de final. A seleção masculina, por sua vez, não obteve classificação e tem muito trabalho pela frente até a Rio-2016. Por isso, o risco de ficar fora do Mundial provoca impacto negativo.

Imagine como fica a cabeça de um atleta ao se submeter aos treinos e privações sob a ameaça desse esforço resultar em frustação por impasse que nada tem a ver com ele.

A CBHb pediu à IHF prazo e parcelamento da dívida, com um pagamento de R$ 1 milhão previsto para o próximo dia 30. Nos últimos três anos, a CBHb recebeu cerca de R$ 32 milhões, via Lei Agnelo-Piva, Ministério do Esporte e Petrobras.

Os convênios com a pasta destinaram R$ 5,910 milhões para o Mundial feminino, segundo um levantamento de José Cruz, experiente jornalista do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. Ele lembrou ainda que o handebol já não conta com o patrocínio da Petrobras, que durou sete anos. Terminou porque a estatal queria que os repasses à entidade fossem via projeto dirigido por Magic Paula, que implicaria na captação de recursos pela lei de incentivo.

Até o seu surgimento, em 2006, estatais e privadas tinham verbas no orçamento para "patrocínios" no esporte. A partir daí, passaram a usar o imposto de renda a pagar para aplicar no esporte. Ou seja, não é investimento direto da empresa, mas via arrecadação do governo, pois o imposto a pagar é dinheiro devido.

Sem a Petrobras e com uma dívida enorme, o handebol desabrocha, mas seu maior desafio está fora das quadras.


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