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Torcida rival já derrubou governo no Egito

MUNDIAL DE CLUBES Jogadores do Al Ahly dizem que não temem pressão dos torcedores brasileiros no estádio

DOS ENVIADOS A NAGOYA

O Corinthians já viveu seus dias de democracia, nos anos 80, antes de se estabelecer como república, numa bem executada jogada de marketing. Mas foi a torcida do Al Ahly, rival de hoje, que ajudou a derrubar um governo.

E pagou por isso.

Os ultras (ala mais violenta de torcedores) de vários times tiveram papel fundamental em protestos que provocaram a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro do ano passado, especialmente os do Al Ahly, maior torcida do Egito.

Como represália, autoridades ligadas ao regime teriam facilitado a invasão e entrada de armas ao estádio em jogo do torneio local, em fevereiro deste ano, quando a torcida do Al Ahly era visitante e estava em número inferior.

A batalha campal em Port Said acabou com 74 mortos no estádio e alguns outros no entorno. Apesar de usar a tragédia para motivar seu time, o técnico do Al Ahly, Hossam el Badry, refuta algum envolvimento político.

"Queremos apenas representar bem o Egito e dar uma alegria para as pessoas. Sabemos que temos muitos problemas internos no momento. Temos que entrar em campo para mostrar que o futebol é uma coisa boa e alegre, não uma tragédia", disse.

Neste domingo, dia 16, a população do Egito participa de um referendo pela nova Constituição do país.

Atrás de slogans radicais como "Nós somos o Egito" e "Sinta orgulho, não se esconda", os Ahlawy, ultras do time criados em 2007, não devem comparecer ao estádio de Toyota hoje.

Cerca de 200 torcedores "normais" são aguardados contra 30 mil corintianos.

Para o meio-campista Hossam Ashour, o grande número de torcedores do Corinthians não assusta.

"Estávamos jogando para 2.000, 3.000 pessoas. Então ficamos felizes de poder jogar diante de tanta gente. Será uma oportunidade para mostrar nosso futebol para a torcida rival", afirmou.

Com experiência na competição (essa é a quarta participação do time no Mundial de Clubes), o Al Ahly já aprendeu a superar obstáculos como a alimentação e a adaptação cultural no Japão, problemas do passado.

"É importante usar essas experiências do passado para tirar proveito desta vez", afirmou El Badry.

Até hoje, a melhor participação do Al Ahly foi um quarto lugar, em 2006. Somente uma vez um time africano foi à final, o Mazembe em 2010.

O vencedor do confronto entre Al Ahly e Corinthians enfrenta na decisão Monterrey ou Chelsea, que duelam amanhã, em Yokohama.


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