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Retrospectiva em SP exibe 40 filmes de Howard Hawks

Mostra no Centro Cultural São Paulo apresenta neste mês longas dirigidos ou produzidos pelo cineasta americano

Diretor, que transitou por vários gêneros ao longo de sua carreira, é considerado pela crítica um grande criador

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

O público paulistano não precisa mais invejar os belo-horizontinos que tiveram a chance de assistir à mostra "Howard Hawks Integral" entre abril e maio.

Uma retrospectiva exibe, de hoje até 31 de julho no Centro Cultural São Paulo, um conjunto raro de 40 títulos dirigidos ou produzidos pelo cineasta norte-americano entre 1926 e 1970.

Howard Hawks (1896-1977) foi, ao lado de Alfred Hitchcock, um dos nomes apontados pela crítica como verdadeiro criador, mais que um competente diretor.

Mais difícil de reconhecer que Hitchcock, um cineasta cuja regularidade de temas e formas de tratamento se identifica de imediato, Hawks não cabe numa etiqueta como "mestre do suspense".

Em sua filmografia, os gêneros se sucedem e sugerem um eficientíssimo contador de histórias, em vez de um artista com um universo particular e uma visão moral própria.

Ao longo de pouco mais de quatro décadas de atividade, ele dirigiu comédias, filmes de gângster, aventuras exóticas, tramas detetivescas, dramas carcerários, filmes de ação, de guerra, policiais noir, clássicos absolutos do faroeste e até um épico bíblico e um musical.

Se tanta diversidade sugere mais um profissional bom cumpridor de tarefas, a inconstância, por outro lado, desafia a ficarmos atentos para a reinvenção de seus temas e de seu estilo.

Uma situação de confronto ou de rivalidade opõe um grupo (como em "Bola de Fogo") ou um casal ("Jejum de Amor") a ameaças externas. A iminência de uma desordem tem a vantagem de contrapor os que seguem as regras ("Rio Vermelho", por exemplo) aos que se tornam heróis expondo-se ao risco (como em "Sargento York").

Hawks rege esses contrastes humanos com um cinema que dispensa o supérfluo, que privilegia a evidência nos diálogos, atos e olhares.

Um cinema, segundo o crítico Jean Douchet, cuja "imaginação criadora tira sua força de uma sensibilidade em contato direto com o mundo, de uma necessidade de se confrontar com ele, não para dominá-lo, mas para melhor conhecê-lo e se conhecer".

Para melhor apreciar a força dessa imaginação, a retrospectiva fica ainda mais completa com o curso "Hawks "" O Gênio à Altura do Homem", que será oferecido pelo crítico da Folha Inácio Araujo nos dias 24, 25 e 27, e com a palestra "Howard Hawks e a Evidência do Olhar", que será apresentada pelo crítico Luiz Carlos Oliveira Jr. no dia 17.


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