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Crítica - Drama

'O Mordomo da Casa Branca' não passa de novelão histórico

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

A primeira coisa que chama atenção em "O Mordomo da Casa Branca" é seu título original: "Lee Daniels' The Butler". Com apenas três longas em seu currículo de diretor (entre eles, "Preciosa", de 2009), Lee Daniels se considera maduro e relevante o suficiente para batizar um filme.

Mas, a julgar por seu novo trabalho, ele está mais para diretor de telenovela.

"O Mordomo da Casa Branca" não é muito mais que um novelão histórico, com a ligeireza, as convenções e as apelações sentimentais que nos acostumamos a ver na TV.

Baseado livremente em uma história real, o filme acompanha Cecil Gaines (Forest Whitaker), mordomo que serviu presidentes americanos, de Eisenhower (1953-61) a Reagan (1981-89), durante três décadas.

O filme se alterna entre a vida profissional de Gaines e a vida pessoal --a escravidão na infância, o casamento com uma alcoólatra (Oprah Winfrey) e a relação conflituosa com o filho mais velho (David Oyelowo).

Este último é o ponto central do filme. Enquanto Gaines passa a vida a servir seus patrões brancos, o filho Louis engaja-se na luta pelos direitos civis dos negros.

As situações parecem se suceder só para reforçar didaticamente esse contraponto entre dois estereótipos, o do negro submisso e o do engajado.

Daniels tinha em mãos um personagem singular, mas ele desperdiça boa parte da projeção com conflitos domésticos previsíveis e se deslumbrando com os atores que reuniu em papeis secundários: Robin Williams como Eisenhower, John Cusack como Richard Nixon, Jane Fonda como Nancy Reagan etc.

O resultado dessa mistura de novela, história, pretensão, preconceito e elenco estelar não poderia ser outro: o filme é forte candidato ao Oscar.


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