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Novas salas apostam em velhos modelos

Na contramão de peças contemporâneas, reformas e projetos priorizam modelos tradicionais, como o palco italiano

Projeto de teatro para o shopping Vila Olímpia prevê programação em horários alternativos, de domingo a domingo

DE SÃO PAULO

Nas últimas décadas, montagens de peças contemporâneas realizadas pelas companhias Teatro da Vertigem, Oficina e Satyros buscaram extravasar as tradições do palco italiano, modelo em que a plateia se mantém rigidamente de frente para o espaço cênico. O velho formato, porém, resiste.

As reformas propostas pela prefeitura aos teatros públicos do município (iniciadas em 2011, na gestão anterior, de Gilberto Kassab), não ousaram dar um passo à frente.

Há brechas para a modernização, como na reforma do Flávio Império, em que o fundo do palco se abre totalmente para uma praça, localizada na parte de trás do terreno no bairro do Cangaíba (na região leste). A praça foi incorporada para possibilitar apresentações ao ar livre.

No teatro Arthur Azevedo, que fica na região da Mooca, também criou-se uma sala experimental anexa, com capacidade para 70 espectadores. Ela é equipada para permitir arquibancadas móveis.

No entanto, os projetos apostam essencialmente no palco italiano. "Até pensei em caixa única, mas, quando cheguei, a obra já estava licitada", conta a arquiteta Silvana Santopaolo, uma das responsáveis pela reforma dos teatros Flávio Império e Arthur Azevedo.

Quando fala em caixa única, a arquiteta se refere a um tipo de espaço que já tem exemplares em São Paulo.

São projetos como duas salas no Sesc Belenzinho, inauguradas há três anos, em que as varas de iluminação correm no teto por todo a sala. Com plateias móveis, cria-se a possibilidade de redesenhar a cena.

Entre profissionais do teatro, há quem defenda a opção do palco italiano. Para o diretor Marco Antonio Braz, o modelo "abraça um maior número de produções."

O circuito comercial parece, assim, ter mais influência sobre as reformas. O Paulo Eiró, por exemplo, passa a ter fosso de orquestra, item necessário para a realização de musicais de grande porte.

DOMINGO A DOMINGO

No eixo da Faria Lima, o teatro B32 e o do Shopping Vila Olímpia também apostam no palco italiano. A novidade fica na grade de horário, que busca retomar a frequência do teatro nos anos 1960.

Segundo Frederico Reder, produtor da Brainstorming Entretenimento, que está a frente do projeto no Shopping Vila Olímpia, o teatro deve funcionar todos os dias. "Acho cafona uma sala que não te vende ingressos às três da tarde", desfere. "Um teatro que não abre de domingo a domingo não é sustentável, não é inteligente", diz.

Reder traz a experiência de ter administrado o teatro Net Rio, no Rio de Janeiro, que em 2012 deu novo nome ao Theatro Tereza Rachel.

A casa apostou em uma programação essencialmente comercial, intercalando peças teatrais e shows.

Segundo o produtor, o teatro do shopping Vila Olímpia vai abrir com um show de Gilberto Gil, ainda no primeiro semestre de 2014.


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