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Coleção Folha traz 'Édipo Rei' adaptado por Pasolini
Cineasta insere tragédia familiar do texto milenar de Sófocles na Itália do século 20
A tragédia familiar anunciada dita o tom de "Édipo Rei", filme que a Coleção Folha Grandes Livros no Cinema leva às bancas no domingo, dia 19.
O longa italiano, dirigido por Pier Paolo Pasolini em 1967, adapta a tragédia clássica de Sófocles, um dos maiores dramaturgos gregos, ao lado de Ésquilo e Eurípedes.
A história é bem conhecida do público, tamanha a repercussão que alcançou na cultura ocidental. Por isso, falar do enredo nem é spoiler.
Trata-se da tragédia de Édipo, cujos pais ordenam a morte quando seu futuro sombrio é adivinhado pelo oráculo de Delfos. A criança acaba sendo salva por acaso e, já adulto, termina cumprindo seu terrível destino de, sem saber, assassinar o próprio pai e casar-se com a mãe, a rainha Jocasta.
A força do texto milenar foi reinterpretada pela psicanálise, desenvolvida muito depois da peça, escrita no século quinto antes de Cristo.
Pasolini (1922-1975), poeta além de cineasta, faz uma releitura livre do texto. Alternando filmagens que mesclam a Itália do século 20 e um ambiente arcaico, quase pagão, o italiano reafirma a dimensão atemporal do mito, símbolo do homem ao mesmo tempo livre e vítima de forças predeterminadas.
O filme ampara-se nas atuações de Franco Citti, ator constante nas produções do realizador italiano, no papel título, e de Silvana Mangano, como Jocasta.