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Músicos gravam covers de Peter Gabriel

David Byrne, Paul Simon e Lou Reed estão entre os artistas que homenageiam o ex-líder do Genesis em novo CD

Disco, que também traz Arcade Fire e Bon Iver, é a segunda parte de projeto iniciado em 2010 pelo roqueiro

LARRY ROHTER DO "NEW YORK TIMES"

O plano original, diz Peter Gabriel, era que os álbuns saíssem simultaneamente: em um, ele cantaria canções compostas por outros artistas, e no outro eles interpretariam canções do músico.

"Scratch My Back", com Gabriel cantando com uma orquestra, saiu em 2010, mas "And I'll Scratch Yours" saiu há três semanas. O que causou o atraso?

"Conseguir dar prioridade alta a uma coisa para que ela seja feita é uma raridade", afirma Gabriel, 63. "Por isso, me sinto afortunado por ter conseguido realizá-lo."

"And I'll Scratch Yours" consiste de 12 canções da carreira solo de Gabriel, que começou como parte do grupo de rock progressivo Genesis,

As faixas estão divididas entre artistas mais jovens (Arcade Fire, Bon Iver) e de sua geração ou mais velhos (Brian Eno, Paul Simon).

"Solsbury Hill", uma das mais famosas, ganhou versão de Lou Reed, que Gabriel diz ter causado surpresa. Reed, morto em outubro, substituiu o violão por guitarra, fez da melodia alegre uma espécie de elegia fúnebre e trouxe alteração significativa na letra.

"Lou realmente trabalhou muito nessa canção, e ela é a que tem mais diferença com relação ao original."

O plano era que todos os artistas que Gabriel escolheu para covers em "Scratch My Back" retribuíssem no novo álbum. Neil Young e o Radiohead desistiram e foram substituídos por Joseph Arthur e Feist. Seguem trechos de conversas com quatro dos artistas que aparecem no CD.

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Pergunta - Você se lembra de quando ouviu Peter Gabriel pela primeira vez?

David Byrne - Não fui grande fã do Genesis, mas sempre adorei os discos solos. Pareciam se enquadrar à new wave "" som cool e um clima meio paranoico. Muito bacana

Como chegou a esse arranjo e abordagem?

Tratá-la de um jeito mais dance seria tanto mais "eu" quanto poderia conferir algo novo. Descobri que cantar parte da letra em falsete e tratar o refrão com mais melancolia dava significado novo. Fazia com que parecesse menos paranoica, e mais melancólica, contemplativa e sentimental.

Qual foi sua reação à versão dele para "Listening Wind", do Talking Heads?

Escolhê-la foi inesperado, e corajoso. Gravar aquela canção vai colocá-lo na lista da Agência Nacional de Segurança (NSA), com certeza.

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Gabriel disse que você inicialmente tinha escolhido "Family Snapshot", mas mudou de ideia. O que a incomodava?

Regina Spektor - Foi muito difícil encontrar uma canção que pudesse tentar fazer. Algumas permitem covers mais fáceis, mas a música dele é dele Você fica se perguntando: "O que posso contribuir?".

Com referências a personagens femininas vistas como vilãs, "Blood of Eden" poderia parecer uma canção difícil para uma mulher.

Ela não me parecia um lugar muito masculino. E não vejo Eva como vilã. Talvez Lady Macbeth, Para mim, era só uma bela canção. Ele fez um cover meio misterioso da minha "Après Moi", e por isso imaginei escolher alguma coisa misteriosa, mística.

"Blood of Eden" está repleta de traços de world music. Já a sua versão se atém à instrumentação pop convencional.

Tentamos criar uma versão nossa para o som de world music. Mas sem os músicos que ele usa, não ficou bom. Por isso começamos a tocar até que ela ficou com cara de canção. Até entregá-la a Peter eu estava bem nervosa.

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Por que você escolheu "Shock the Monkey"?

Joseph Arthur - Foi o primeiro compacto 45 que comprei. Naquela canção, ele toca alguma coisa profunda, primal. A música de Gabriel tem essa magia.

Você reduziu muito o andamento da canção.

Quando você trabalha com Peter Gabriel, não há como derrotar a original. É preciso encontrar o seu ângulo. É por instinto. Creio que foi o som da guitarra que me conduziu por esse caminho.

Que reação teve à versão dele para a sua "I Think It's Going to Rain Today".

Ele se estende bastante. Eu gostei.

Você pensou em fazer outra canção que não "Big Time"?

Não, é uma canção divertida, o sonho de um cara sobre o sucesso, uma visão de alguém bem ignorante.

Você canta de um jeito seco, em contraste com a interpretação alegre que Gabriel dá ao personagem.

Não tenho voz para fazer de outro jeito. E não é um sujeito zombando de si. Nós é que estamos zombando dele.


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